Sport vence o Náutico nos Aflitos e fica próximo da final

NE10

Em um clássico muito movimentado e com várias chances de gols para os dois lados, o Sport foi mais eficiente que o Náutico e venceu os rivais por 2 a 1, no jogo de ida da semifinal do Pernambucano Coca-Cola, em pleno Aflitos, abrindo uma importante vantagem na disputa por uma vaga na final. Marcelinho Paraíba foi o nome do jogo, tendo marcado o gol inicial no primeiro tempo e desempatado o jogo aos 36 do segundo tempo, em uma cobrança de pênalti (ele também desperdiçou outra). Marlon marcou pelo alvirrubro ainda na primeira etapa. A arbitragem foi bastante contestada pelas duas equipes durante a partida. O resultado permite que o Leão se classifique à final mesmo se perder por um gol de diferença o confronto na llha do Retiro. Também caiu um tabu: o Leão não vencia nos Aflitos desde 2008, em partida pela Série A.

O JOGO

O Náutico começou a partida pressionando bastante o Sport. A marcação forte no campo de ataque garantia bolas roubadas e ajudava a equipe a ter um volume de jogo algo, como ainda não tinha mostrado no Campeonato Pernambucano. O meia Ramon trouxe uma qualidade técnica na criação de jogadas e também uma assiduidade ao buscar o jogo que Eduardo Ramos não mostrava.

Aos sete minutos, Tiuí recebeu passe de Ramón, encarou a marcação de Edcarlos, fintou para a esquerda e bateu visando o ângulo oposto, passando muito perto. Pouco depois, o meia serviu a Elicarlos, que caiu na área rubro-negra pedindo pênalti. O árbitro não concordou e puniu o jogador por simulação com o cartão amarelo.

Acuados, os zagueiros do Sport tentavam chutes longos da defesa em busca de atacantes. O Náutico seguia em cima, e o atacante Rodrigo Tiuí não chegou a tempo de completar para as redes na ocasião de dois chutes cruzados, um de Jefferson aos 13 e um de Tiuí aos 17.

Aos 16, um lance polêmico. Renê chegou atrasado e fez falta de carrinho em João Ananias. Seria o segundo cartão amarelo do jogador. Ricardo Tavares contemporizou e não puniu. Mazola percebeu a gravidade da entrada e sacou o jogador, acionando Julinho — seis por meia-dúzia.

Ramón voltou a aparecer muito bem, com um excelente passe para Souza, que, sem ângulo, tentou encobrir Magrão. A jogada se perdeu.

Mesmo pressionado, o Sport construiu um excelente contra-ataque no qual poderia ter aberto o placar, aos 21 minutos. Jheimy avançou e esperou o momento certo para lançar Jael. Cara a cara com Gideão, teve seu chute defendido pelo goleiro.

O lance animou a equipe leonina, que foi para cima e, dois minutos depois, conseguiu o gol que abriu o placar. Enquanto o zagueiro Marlon estava sendo atendido pelos médicos, Marcelinho Paraíba recebeu bola livre na área e bateu de primeira buscando o canto oposto, pegando desprevenido a Gideão, que até tocou na bola mas não evitou o gol. 1 a 0.

O Náutico buscava reação. Tiuí mandou um cabeceio para fora; Jefferson, sem ângulo, chutou na rede pelo lado de fora. A insistência foi recompensada aos 32 minutos. Souza cobrou falta para a área, Ronaldo Alves subiu e cabeceou para o gol, empatando.

O Sport teve a chance de desempatar dois minutos depois. César Marques, substituto de Marlon, agarrou Jael pela camisa. Pênalti. Marcelinho cobrou no centro do gol e Gideão conseguiu defender com o pé.

Nos últimos minutos do primeiro tempo, três chances de gols claras do Náutico. Um cabeceio de Ronaldo Alves raspando a trave aos 39, um chute ruim de João Ananias pouco depois, e uma cobrança de falta de Souza na trave no último lance. A bola bateu no poste à direita de Magrão e caminhou sobre a linha.

No quesito arbitragem, há de se destacar que, logo com um minuto e meio, Marcelinho Paraíba puxou a camisa de Jefferson, que saía em contra-ataque, e foi punido com o cartão amarelo. Ricardo Tavares mostrou autoridade no lance e no restante da primeira etapa, marcando pênalti de César Marques (substituto de Marlon, machucado por volta dos 23') em Jael. Árbitro distribuiu cinco cartões amarelos no primeiro tempo.

SEGUNDO TEMPO

Na volta para o segundo tempo, Mazola colocou o volante Rivaldo, substituindo ao atacante Jheimy, evidenciando a preocupação com o setor defensivo.

A marcação melhorou. E a situação ficou melhor quando Elicarlos foi expulso aos 8, ao tomar o segundo cartão amarelo por uma falta.

Com um a menos, o Náutico seguia tendo iniciativa na partida. Mas demorou para criar uma situação de possível gol. Em um ótimo contra-ataque, aos 12 minutos, Siloé segurou a bola até a chegada de Ramón, na entrada da grande área. O meia teve tempo para escolher o local do chute, mas pecou na finalização. Magrão defendeu o chute sem força.

O Náutico seguia tentando a virada como podia. Aos 18, Magrão brilhou com uma linda defesa em chute de fora da área de Souza, que ainda contou com desvo de um defensor.

Aos 26, quem brilhou foi Gideão. Ele defendeu um chute forte de Marquinhos Paraná que ainda havia tido um desvio no meio do caminho.

Nesta parte da partida, o Sport já passava a dominar a partida, com mais posse de bola no meio de campo e mais facilidade para anular os movimentos de ataque do Alvirrubro.

O Sport administrava bem o resultado, sem forçar muito no ataque, para não se expôr atrás. No entanto, conseguiu uma boa jogada, com Moacir, que sofreu um pênalti claro do lateral-esquerdo Jefferson, quando ia passar por ele na área alvirrubra. Desta vez, Marcelinho Paraíba não falhou: a cobrança veio com muita força, e nem Gideão nem a trave impediram que a pelota morresse nas redes. Desempate aos 36 minutos do segundo tempo.

Jael ainda mandou a bola na rede pelo lado de fora numa ótima cobrança de falta aos 46 minutos. De qualquer forma, o Leão construiu uma boa vantagem de poder perder por um gol de diferença no jogo de volta, na Ilha do Retiro, no próximo domingo.