Após renunciar de forma oficial o cargo de vice-presidente executivo do Sport, Carlos Frederico divulgou uma carta para a imprensa se posicionando sobre todo o cenário político que o clube vem passando nesses últimos dias.
Nela, Carlos destaca estranhamento na repercussão de sua renúncia com os possíveis desdobramentos no cenário político do clube que, segundo ele, estão usando para benefício próprio. Além disso, destacou que foi eleito como vice-presidente de Milton Bivar e não tinha lógica permanecer como vice de outro.
CONFIRA A CARTA NA ÍNTEGRA:
CARTA A MINHA FAMÍLIA É AOS MEUS AMIGOS
Me causa certa estranheza esse clima gerado pela minha renúncia e os possíveis desdobramentos dela no cenário político do Sport. Ressalto o termo “cenário político”, porque é só isso que ando enxergando: política pura e com tom partidário, fratricida e oportunista.
Pessoas estão se aproveitando da boa fé de nosso torcedor, para incutir ideias deslocadas da realidade, aproveitando-se de bordões “democratas” que muitas vezes são usados por ditadores, em suas investidas contra a própria democracia. Me lembra um líder de governo, que prega que houve fraude em uma eleição recente, onde ele deveria ter ganho no primeiro turno, mas nunca apresentou uma prova sequer do que fala.
Vivemos num país onde se criam narrativas para embalar pontos de vistas pessoais, de grupos, de acordo com a conveniência de cada um.
A grande maioria das pessoas não se deu ao trabalho de ler o estatuto do Sport Club do Recife. Estatuto que está merecendo há tempos uma reforma, para acompanhar as exigências dos tempos atuais. Perdemos a oportunidade, quando ao invés de nos preocuparmos em conceder remuneração ao presidente e vice-presidentes, esquecemos de tornar mais explícitas as regras que ordenam o clube em momentos como este que estamos vivendo.
Sou um legalista. Obedeço e obedecerei às leis, mesmo quando não concordar com elas.
Permitir leituras interpretativas da lei ou que se aproveitem da mesma, para atender objetivos pessoais, é casuísmo.
Renunciei por um motivo apenas: fui eleito para ser vice do presidente Milton Bivar. Se esse manifestou o desejo de não o ser mais, é natural que eu também renuncie.
Acrescente a isso o fato de que poucos se atentam de que a vacância do presidente, ensejaria uma eleição apenas para o cargo de presidente. O Conselho eleito legitimamente, permaneceria o mesmo. O vice-presidente também. Seria eu o vice do novo escolhido? Claro que não, ao renunciar em seguida, deixaria esse novo escolhido privado da possibilidade de ter sido acompanhado por um vice de sua confiança.
Abri assim mão de meu cargo, para que o novo presidente possa escolher o seu vice de confiança. E possa continuar o trabalho que iniciamos.
Luto e lutarei sempre pela união do clube. Espero que cheguemos a um nome de consenso, que esteja muito acima dessa luta fratricida que vemos hoje, levada a cabo por um grupo que só pensa no poder. Mesmo que seja com um vice indesejável e um Conselho 100% de oposição. Vale o poder pelo poder apenas?
Espero que nosso Conselho Deliberativo saiba conduzir com competência, e à luz de nosso regimento maior, o Estatuto, o momento atual, conduzindo a sucessão para uma solução pacificadora de nosso Club.
Pelo Sport Tudo!
Recife, 16 de junho de 2021
Carlos Frederico de Melo
Ex-vice-presidente executivo.
Veja mais notícias do Sport, acompanhe a classificação além da história e títulos do Sport Club do Recife.