(Foto: Anderson Stevens / Sport Club do Recife)
(Foto: Anderson Stevens / Sport Club do Recife)

Gil do Vigor fala pela primeira vez após virar diretor de diversidade do Sport: “Momento mais difícil”

Gil do Vigor virou Diretor de Diversidade do Sport, eleito em uma chapa com 96,5% de aprovação da torcida e sob a responsabilidade de fazer do Rubro-negro uma instituição inclusiva. Em maio de 2021, quando 10 segundos de um áudio, enviado pela própria mãe, o paralisou.

Eram ofensas homofóbicas vindas de um conselheiro do Sport, justamente o clube que sempre teve orgulho de amar. Um ano depois, Gil está de volta. Não para falar do episódio, mas por um novo desafio: mudar o Leão de dentro para fora.

“Eu relutei porque não queria que as pessoas me ligassem ao que aconteceu. Era um evento muito traumático. Queria que olhassem como: “Gil vai poder trazer ideias para o Sport.”

O medo e a preocupação chamam a atenção no discurso de Gil, que sempre teve dificuldades em trabalhar a própria sexualidade. Havia receio sobre o julgamento das pessoas e, justamente por isso, Gil terminou se surpreendendo ao deixar o BBB, sendo abraçado “pelo pessoal do futebol”, como ele conta.

Foi assim que pisou os pés no estádio de seu clube de coração pela primeira vez: a Ilha do Retiro. Não imaginava, contudo, que uma simples dança no campo – o famoso Tchaki Tchaki – seria alvo de falas homofóbicas do conselheiro do Sport, Flávio Koury, e passariam sem qualquer punição.

“Eu falo até hoje que foi o momento mais difícil do meu pós Big Brother. Naquele momento eu não queria mais nada. O sentimento era de que não vou mais fazer nada”, conta Gil.

Ele permaneceu por quase quatro dias paralisado. O baque depois da euforia era pelo abraço do público que não se estendeu ao Conselho Deliberativo de seu próprio clube.

“Ele pediu desculpa e seguiu a vida dele, mas o trauma que me gerou… Uma desculpa não vai mudar. Eu reduzi a quantidade de vezes que fazia o tchaki tchaki. Não sei se as pessoas chegaram a perceber. Aquilo me impactou de tal forma que até para o que era muito natural meu, eu fazia e algumas vezes voltava essa imagem”

“Nunca abri isso para as pessoas porque não quero ser vítima. Nunca gostei disso. Sempre gostei de ser aquele que bate, que vai para cima, para o ataque. Nunca permiti que as pessoas me enxergassem nesse lugar.”

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