SAF no Sport? Enderson Moreira opina sobre o tema, e relembra seu momento com Bahia e Botafogo

Enderson Moreira - Sport
Enderson Moreira - Sport

O técnico Enderson Moreira comanda o Sport, mas em entrevista ao podcast Embolada comentou sobre passagens por Bahia e Botafogo, clubes que, posteriormente, adotaram o modelo SAF. Sobre o Bahia, Enderson falou que seu nome não foi bem recebido desde o início em sua primeira passagem, em 2018. Lembrando que o Sport está em processo interno para definir as questões da SAF.

“Eu saí do América-MG para ir para o Bahia e o pessoal achava que o América era um clube, talvez, naquele momento, que não tivesse história do Bahia. O América é centenário e muito bem organizado e montado há muito tempo. Mas eles achavam que Enderson Moreira pro Bahia era muito pouco, que (o clube) tinha que ter sido mais audacioso. Não houve um casamento.”

Ele retornaria em junho no ano passado, depois do Botafogo. Foram cerca de três meses até a demissão, em que o Bahia manteve-se no G-4 da Série B, mas apresentou resultados irregulares. Enderson não se abstém de culpa.

“Percebi que minhas ideias não batiam muito com aquilo que os jogadores pensavam. Se eles não acreditam no meu trabalho, a incompetência é minha, já que não criei mecanismos para convencer os caras a fazerem aquilo que eu queria. Ou por falta de tempo, porque quando chega no meio do campeonato às vezes não consegue.”

Enderson Moreira - Sport
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Enderson avalia que sua chegada no Botafogo, em julho de 2021, foi oposta à do Bahia em 2018. A aceitação e resultados vieram rápido no time que estava, na ocasião, em 14º lugar da Série B.

“Foi completamente diferente. O Botafogo estava tão mal que acho que olharam pra mim e falaram: ‘Ah, vamos acreditar nesse cara mesmo’. Então os caras compraram muito rapidamente a ideia. E a evolução foi uma coisa absurda. A gente falava uma coisa e no dia seguinte eles faziam.”

O treinador conquistou o esperado acesso com o título da Segundona. Mas em fevereiro do ano seguinte, caiu por opção do investidor norte-americano John Textor, que finalizava, à época, a compra da SAF do Botafogo, oficializada em março.

“E aí quando teve a venda, eu já me distancio um pouquinho dessa coisa de gratidão porque é um negócio. O Textor tem toda a autoridade. Ele comprou o time, a empresa, e faz o que ele quiser. Não posso questionar isso. Eu entendo. Se fosse o mesmo presidente que estava comigo lá no momento da recuperação e no ano seguinte me mandasse embora, talvez ficasse chateado.”

“Eu estava muito tranquilo. Só não gostei da forma que ele (Textor) fez. Ele primeiro fala antes de um clássico contra o Fluminense. Antes do jogo recebo a informação que estou demitido, na imprensa. Isso machuca a gente. Eu estava no estádio. Você imagina minha preleção…”

“Eu olhava pro jogo e pensava o que estava fazendo ali. Os jogadores deviam pensar: “Professor, você já caiu. Já está fora..” Isso eu acho que é um grande desrespeito com o profissional.”

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