O goleiro Marcos, pentacampeão Mundial, que defendia o Palmeiras, voltou a falar do Sport. Na Libertadores de 2009, Sport e Palmeiras caíram na mesma chave, o Grupo 1, ao lado de Colo-Colo (Chile) e LDU (Equador), com os rubro-negros terminando a primeira fase como líder do grupo.
Apesar da boa campanha, o Sport não conseguiu vencer o Palmeiras nos dois jogos da fase de grupos – perdeu na Ilha do Retiro, por 2×0, e empatou no antigo Palestra Itália (Parque Antártica). Nas oitavas de final, calhou de Sport e Palmeiras se encontrarem novamente.
O goleiro Marcos relembrou os confrontos em participação no podcast “Pod Porco”, e contou os bastidores do jogo que eles conseguiram eliminar o Leão.
“Eu gostava muito dos jogos contra o Sport. Teve uma vez que a Mancha Verde (torcida uniformizada) foi lá (no Centro de Treinamento) e trancou o portão. Passaram o cadeado. A gente estava freguês do Sport. Só tomando taca. Isso foi na Libertadores de 2009. Eles (torcedores) me chamaram para conversar e foi aquela cobrança, que tínhamos de ganhar (jogo de volta das oitavas de final, na Ilha do Retiro).
“Na hora, eu falei para eles que estava tranquilo, que íamos atropelar o Sport. Tínhamos vencido o primeiro jogo por 1×0 e lá era só segurar o resultado. Eu pensei o seguinte: vamos lá, faz um golzinho e acabou. Segura todo mundo lá atrás e acabou o jogo”, relembrou Marcão.
“Chegamos lá e nem concentramos no Recife, concentramos longe para não ter problemas de fogos (na porta do hotel), essas coisas. Aí no dia do jogo, a gente chegando (no estádio), os torcedores tacando fogo no busão, quebrando vidraça, a gente tudo deitado no chão, alguns falando que ia ficar cego (por conta dos estilhaços de vidro)… Foi aquela pressão“, contou.
O pentacampeão Mundial sabia que, diante da qualidade técnica do time do Sport e da força da torcida na Ilha, os pernambucanos era um dos favoritos ao título da Libertadores daquele ano.
“Eu acho até hoje que se o Sport passa da gente seria campeão. É porque nós tivemos uma noite muito brilhante naquele dia. O Sport em casa era muito forte. A gente não conseguia falar com o outro jogador a três metros de distância. Eu não conseguia nem falar com meu zagueiro para fazer alguma coisa, porque a torcida ficava em cima fazendo barulho. Lá também tinha os batuques (a tradicional charanga), era aquela pressão em cima da gente”, descreveu.
“Os caras vinham, eu pegando a bola de um lado, do outro, de cotovelo, no calcanhar, a bola saia… E eu pensando: a Mancha Verde vai matar nós. Eu falei para os caras que a gente estava voando”, disse Marcão aos risos. “A gente não conseguia passar do meio de campo, pois foi pressão o jogo inteiro. Sabe aquele jogo que quando termina parece que um trator passou em cima das suas costas, foi nesse dia. Acabei o jogo morto”, confessou o goleiro Palmeirense.
No tempo normal, vitória do Sport por 1×0, gol do ex-atacante Wilson (se o Sport tivesse vencido por dois gols de diferença, tinha avançado).
“Aí foi para os pênaltis e eu gostava. Se você pega o primeiro, a chance de pegar dois, três é grande. Aí Luxemburgo perguntou: Marcão, você bate um pênalti? Disse a ele: professor, nem fale isso para mim, porque pênalti que eu tenho de bater, não vou nem pular para pegar os meus de tanto que vou pensar que tenho de fazer o gol”, contou aos risos a resenha antes das cobranças do tiro livre direto.
“Mas, para dar moral para os caras baterem, eu falei: uns três eu pego hoje. Sendo que eu falei só para deixar os caras tranquilos. Não sabia que ia pegar três”, disse Marcos. O resultado das penalidades foi 3×1 para o Palmeiras, que avançou às quartas de final. “Os caras (do Palmeiras) bateram bem. E, nos pênaltis, acho que a pressão é pior para os donos da casa, de bater na frente da sua torcida”, frisou.
BASTIDORES DE SPORT 3×0 JUVENTUDE
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