Há mais um motivos para se apaixonar pelo Sport. E também há mais uma maneira de exaltar esse sentimento. No dia do aniversário do Leão da Ilha do Retiro, os milhares de aficionados sentem o orgulho de sair na rua vestidos com o manto rubro-negro.
Mas para alguns deles a missão é difícil. São os colecionadores de camisas do Sport. Para eles, ter uma camisa apenas não tem graça. O grande lance é acumular mais e mais camisas. Pois cada uma tem histórias, sentimentos, particularidades.
Reunimos aqui a história de três desses colecionadores: Dennys Lapenda, Raquel Melo e João Felipe. Além do amor pelo Leão, o trio sentem o desejo de fazer do manto rubro-negro sua segunda pele. Dennys diz que começou a colecionar as camisas do Sport de forma inesperada.
“Fui comprando e, com passar do tempo, me vi colecionador. A essência do colecionismo está no desejo de preservar o que foi conquistado e comemorar novas conquistas”, ensina Lapenda, dono de uma coleção que gira em torno de 800 camisas do Leão.
Todas as camisas são guardadas em plástico específico, em lugares sem luminosidade e umidade. Periodicamente, os mantos são levados em lugares arejados para evitar desgaste. O cuidado é com todas, sem exceção. Mas tem aquelas raridades. Como a primeira que adquiriu.
“Foi comprada pelo meu pai, em 1995”, lembra. E tem a usada por Dadá Maravilha, em 1975, quando fez dez gols na goleada sobre o Santo Amaro, por 14 x 0. Uma raridade. Daquelas preciosidades que valem ouro.
Já João Felipe orgulha-se da sua coleção de 100 camisas. O colecionismo começou de forma até curiosamente triste. Ele comprou a oficial de 1997 e, após um Clássico das Multidões, foi roubado. Perdeu o manto.
“Quando cheguei em casa abatido, minha mãe falou que eu trabalhasse que teria a camisa que quisesse. Foi o que fiz. Hoje tenho camisas de ídolos como Robertinho, Durval, Magrão, Diego Souza, Cléber Santana e a que considero especial: a de 1991, usada por Hélio Doido, meu primeiro ídolo”, disse.
Uma das maiores loucuras que Felipe fez por uma camisa do Sport foi abordar um torcedor desconhecido na rua para propor uma troca.
“Ele estava largando do trabalho. Parei e dei duas camisas minhas pela que ele estava usando. E ainda deixei ele em casa, após fechar negócio”.
O rubro-negro expõe a sua paixão por camisas através do perfil no Instagram @felipescr1982: “Colecionismo é feito com muito amor. Dedico essa minha paixão ao meu pai, Esquerdinha, o paraibano mais apaixonado pelo Sport que conheci, a toda torcida do Sport e a os amigos que colecionam camisa do clube”, destaca.
Raquel Melo nasceu em Natal-RN, foi morar em Campo Grande-MS aos sete anos, mas nem por isso deixou de correr em seu sangue a paixão pelo Sport Club do Recife: “Eu herdei dos meus pais, que são pernambucanos”, conta.
Em 2008, de longe, acompanhou os jogos do Leão na Copa do Brasil. Uma campanha que rendeu o titulo daquela competição. Foi o gatilho de uma paixão. No ano seguinte, Raquel chegava em Recife e passou a acompanhar de perto os jogos do Sport e passou a colecionar as camisas.
Logo de imediato, Raquel comprou a camisa do Sport de 2008, pois representava o início de uma paixão e também o título nacional, claro. As camisas da temporada 2014 foram as que pesaram mais no bolso. No entanto, Raquel não deixou adquirir. A maior loucura que ela fez por uma camisa não sai da sua memória. Até porque ficou sem ela. Foi numa partida contra o Vitória, em 2009, pelo Pernambucano. A primeira vez que estava vendo o Sport em campo.
“Durval veio na direção do local em que eu estava na arquibancada e prontamente levantei. Sendo que como era meu primeiro jogo, não sabia que deveria dar o meu sangue para tentar pegar a camisa. Fiquei apenas esperando com os braços levantados. Estava na minha direção. Viria até a mim. Mas, obviamente, em momentos assim não se pode esperar, tem que pular, né? Resultado: levei dois empurrões, uma cotovelada e terminei sem a camisa”, lembra.
Raquel Melo guarda todas as camisas com muito carinho. E não esconde: sente ciúmes por todas elas: “Guardo em caixas organizadoras no guarda-roupa. Normalmente, as mais atuais deixo visíveis, para usá-las no dia a dia. Tem algumas mais confortáveis que uso também para realizar atividades físicas e as mais antigas guardo para colecionar e repassar como herança aos meus futuros filhos, explica.
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