18/05/2025 @ 11:54h

“Hoje é muito mais preocupante ver o Sport jogar do que era 20 dias atrás”, diz comentarista

Após duas partidas à frente do Sport, o técnico António Oliveira ainda não conseguiu apresentar sinais de evolução na equipe. Pior: o Leão da Ilha parece ter perdido até mesmo as poucas virtudes que exibia sob o comando do antecessor, Pepa. Em dez dias de trabalho e apenas seis sessões de treino, o treinador português acumula duas derrotas, seis gols sofridos e nenhum marcado — um início preocupante no Brasileirão.

No primeiro jogo, diante do Cruzeiro, o Sport foi atropelado por 4 a 0 na Ilha do Retiro. A escalação trouxe mudanças consideradas injustificáveis, como a entrada do lateral-direito Matheus Alexandre, que dias depois acabou sendo afastado do elenco. O vexame foi classificado por muitos como a pior atuação do clube na temporada.

Na tentativa de estancar a sangria defensiva, António adotou um novo esquema tático contra o Ceará, com três zagueiros. A estratégia, no entanto, não surtiu o efeito desejado. O time voltou a apresentar falhas defensivas graves — como o erro de corte de Chico no primeiro gol sofrido — e seguiu inoperante no setor ofensivo. A posse de bola no campo adversário, uma das poucas virtudes com Pepa, praticamente desapareceu.

— O Sport hoje não consegue mais manter a posse de bola no campo de ataque, como conseguia antes. Continua impotente ofensivamente e perdeu uma das suas principais virtudes — analisou o comentarista da Globo, Cabral Neto.

Contra o Ceará, mesmo diante de uma atuação apagada de jogadores como Carlos Alberto, o técnico demorou a promover mudanças. O camisa 11 deixou o campo apenas aos 17 minutos do segundo tempo, depois de o time sofrer o segundo gol. Além disso, António manteve os três zagueiros até o fim da partida, sem qualquer alteração estrutural, mesmo com a formação mostrando-se ineficaz.

Na entrevista coletiva, o treinador justificou a manutenção do esquema com ironia, citando Xabi Alonso, recém-contratado pelo Real Madrid e campeão alemão com o Bayer Leverkusen usando uma linha de três defensores:

— Acha que tirar um zagueiro vai deixar minha equipe mais ofensiva? Então tenho que perguntar ao Xabi Alonso porque é que ele manteve três zagueiros do começo ao fim e foi campeão — respondeu António.

Para justificar a adoção da nova estrutura, o português alegou observar dificuldades defensivas recorrentes da equipe, especialmente em cruzamentos e no controle de profundidade. No entanto, o desempenho prático segue distante de qualquer estabilidade ou evolução.

— Em vez de acrescentar qualidades, o Sport perdeu as que tinha. Hoje, a equipe tem mais defeitos do que há 20 dias e joga um futebol menos competitivo — concluiu Cabral Neto.

No próximo domingo, diante do Internacional, na Ilha do Retiro, o Sport completará dois meses sem vencer. A pressão aumenta, e apesar do pouco tempo de trabalho, os sinais emitidos até agora geram inquietação entre torcedores e analistas.