O Sport vive um dos momentos mais delicados de sua história. A cada rodada do Campeonato Brasileiro, o time entra em campo sem inspiração, sem energia, sem esperança. O que antes era uma crise técnica se transformou em uma crise existencial: o Leão já não ruge.
Está manso, resignado e, ao que tudo indica, condenado ao rebaixamento. Não faltou apoio. A torcida fez sua parte — como sempre faz. Lotou a Ilha do Retiro, incentivou mesmo quando a bola teimava em não entrar, empurrou o time mesmo nas derrotas mais frustrantes.

Mas a verdade é que o elenco não corresponde. Não é apenas uma questão de qualidade — é uma questão de atitude. O Sport parece ter desistido do campeonato enquanto ele ainda está em andamento.
Faltam lideranças dentro de campo. Faltam jogadores que se indignem com a situação, que vibrem, que cobrem, que mostrem inconformismo. O que se vê é um time apático, desorganizado, desconectado. Quando não é derrotado, tropeça. Quando tem a chance de vencer, entrega.
É uma sequência de erros que já virou rotina. E não há técnico que resista a um elenco que não reage. É doloroso admitir, mas a sensação é de que o rebaixamento já não é uma ameaça: é uma realidade em processo.

A Série B parece cada vez mais certa, e o pior é que o Sport caminha rumo ao fundo do poço sem esboçar nenhuma reação. O torcedor, apaixonado, continua comparecendo. Mas até quando? Até quando a paixão resistirá à apatia?
O Sport não pode continuar tratando a própria grandeza com esse descaso. Porque se continuar assim, o que está em jogo vai além de uma queda de divisão. Está em risco a identidade de um clube que sempre foi símbolo de luta, raça e resistência.
O Sport precisa acordar — se é que ainda há tempo para isso. Porque a torcida já fez mais do que deveria. Agora, é a vez de quem veste a camisa em campo honrar esse peso. E parar de aceitar a derrota como algo normal. Porque no Sport, isso nunca foi — e nunca deveria ser — normal.
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