É natural e totalmente compreensível que os sentimentos de vexame, vergonha e fracasso dominem o torcedor do Sport diante de uma campanha tão negativa no Brasileirão. O Sport, em campo, não apenas perdeu jogos, mas perdeu a dignidade e a identidade que o notabilizaram.
O sentimento de vergonha transcende a tabela. O Sport tem a metade dos pontos da turma que está fora do Z4. Enquanto isso, Vitória e Juventude vêm dando sangue para sair da parte de baixo. A campanha do Leão é o reflexo de um departamento de futebol inoperante e incompetente.

Os erros resultaram na montagem de um elenco sem alma e, em muitos casos, sem a qualidade mínima exigida pela Série A. É vergonha pelas trocas incessantes e tardias de comando técnico, expondo a falta de convicção da diretoria. O time não apresentou um padrão de jogo consistente em momento algum.
O ataque foi inoperante, a defesa, insegura, e a criação, inexistente. O Sport foi, em essência, um time à deriva, incapaz de lutar de igual para igual contra adversários diretos e condenado pelos próprios erros muito antes do apito final do campeonato. A queda é moral.

E a frustração é maior porque a torcida tentou fazer a sua parte – empurrou, acreditou e resistiu no que foi possível. Mas até ela cansa, como vimos nos dois últimos jogos na Ilha. Ainda mais por ver, em campo, a falta de garra, de ambição e de comprometimento em elenco com a história do Sport Club do Recife.
Diante do retorno à Série B, não há espaço para paliativos. É hora de usar a queda como choque de realidade e divisor de águas. A Segundona deve ser encarada como uma oportunidade de reconstrução, de “limpar a casa”, resgatar o que o clube tem de melhor (sua identidade e sua torcida) e reformular o elenco com jogadores que entendam o peso da camisa e o que é o Sport.
Texto publicado no DP
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