A crise política desencadeada após o rebaixamento do Sport segue reorganizando o tabuleiro interno do clube. Embora Yuri Romão tenha comunicado publicamente que deixará a presidência em 31 de dezembro, a possibilidade de sua permanência até 5 de janeiro ganhou força nos bastidores.
A mudança de data serviria para viabilizar uma eleição indireta via Conselho Deliberativo, evitando uma disputa aberta em meio ao clima conturbado da instituição. Dentro desse movimento, um nome voltou a ocupar o centro das articulações: Severino Otávio, o Branquinho. A informação é do jornalista Pedro Maranhão, do NE45.

O ex-presidente, que há anos se mantém como referência política no clube, passou a ser tratado como o nome mais viável para conduzir o Sport no processo de reconstrução após a queda para a Série B. Na última sexta-feira (14), lideranças de peso, Gustavo Dubeux, Eduardo Monteiro e Paulo Perez, participaram de uma reunião com Yuri Romão.
O encontro consolidou o alinhamento em torno de Branquinho, apoio que também conta com a sinalização de João Humberto Martorelli, apesar de sua ausência física na reunião. A avaliação é unânime entre os articuladores: uma eleição direta, em condições normais, seria o cenário natural e saudável para o clube.
Mas o ambiente de instabilidade abre brechas para candidaturas classificadas como “aventureiras”, que poderiam ampliar a turbulência e dificultar ainda mais o planejamento esportivo e financeiro para 2026.
A estratégia é que Branquinho entre imediatamente no processo de transição, conversando com Yuri Romão e acompanhando as discussões sobre o próximo ano. O ex-presidente, atualmente viajando, deve retornar ao Recife nos próximos dias, quando será realizada uma nova reunião visando selar definitivamente sua indicação.
Outro ponto tratado como essencial pelo grupo é a execução de uma auditoria interna antes do encerramento do mandato de Yuri Romão, vista como etapa indispensável para a nova gestão. Há também a possibilidade concreta de criação de um comitê gestor, antecipando o modelo previsto no novo estatuto que passa a valer oficialmente apenas nas eleições de 2026.
Para os dirigentes envolvidos, a definição rápida do comando político será vital para que o Sport inicie sua reestruturação, tanto na esfera administrativa quanto na montagem do elenco da próxima temporada.
Ao NE45, Yuri Romão confirmou que está disposto a seguir o alinhamento estabelecido pelas principais lideranças: “Esse momento pede união e trabalho. Não me oponho em acatar qualquer decisão que seja considerada por todos o melhor para o Sport.”

Quem é Severino Otávio, o Branquinho
Aos 80 anos, Branquinho tem trajetória consolidada na vida pública e no próprio Sport. Bacharel em Direito e delegado especial aposentado da Polícia Civil, iniciou sua carreira política nos anos 1970, sendo eleito deputado estadual em 1979 e novamente em 1983. Em 1986, assumiu o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que chegou a presidir duas vezes.
Além da atuação na esfera estadual, governou Bezerros por três mandatos (1973–1976 e 2013–2019), até renunciar por motivos de saúde. No Sport, foi presidente entre 2002 e 2003 e posteriormente serviu como vice-presidente de futebol na gestão de Gustavo Dubeux, em 2010.
Agora, em um dos momentos mais delicados da história recente rubro-negra, seu nome volta a ser visto como alternativa para conduzir o clube à reconstrução de 2026.
Veja mais notícias do Sport, acompanhe a classificação além da história e títulos do Sport Club do Recife.

