Sport de olho em Beto Lago
Sport de olho em Beto Lago

“Esperar por um Sport diferente virou, infelizmente, um ato de fé”, desabafa o jornalista Beto Lago

Que venham as eleições no Sport. Aliás, que venham logo, porque dentro de campo a temporada morreu muito antes do apito final. O torcedor, exausto de transformar frustração em rotina, já não perde tempo com tabela: aguarda o calendário eleitoral como quem procura socorro.

Branquinho, Sport
Branquinho, Sport

E nada é mais doloroso do que ver um clube do tamanho do Sport trocar a esperança do próximo jogo pela expectativa da próxima urna. A (falada) renúncia de Yuri Romão e Raphael Campos fez o Conselho correr para definir uma data. Situação que poderia ter sido resolvida antes pelos dirigentes.

Cada dia jogado fora empurra 2026 mais para longe, como se o próximo ano já nascesse atrasado. Os nomes surgem: Branquinho virou o candidato dos ex-presidentes. Matheus Souto Maior surge pelo movimento Leões pela Mudança. Marcos Cabral, do Sport na Vanguarda, vai apoiar Branquinho.

E outros nomes podem surgir, mas terão que montar suas plataformas em tempo recorde. Talvez, a campanha mais curta da história política do futebol pernambucano. Depois de arremessado para o centro do furacão, Branquinho tenta reencontrar paz entre familiares e amigos em Bezerros, numa tentativa de se reconectar com as próprias raízes.

Leões pela Mudança, Sport - Foto: Pedro Maranhão/NE45
Leões pela Mudança, Sport – Foto: Pedro Maranhão/NE45

Compreensível, depois de dias de reuniões, embates e tentativas de costurar uma unidade em um clube esfacelado. Mas o Sport também precisa respirar. Vive sufocado por problemas que todos conhecem, e por outros que insistem em surgir como fantasmas de uma gestão que desaprendeu a se antecipar.

O torcedor aguarda o pleito como quem espera por uma trégua, uma luz distante. Importante: a eleição só valerá a pena se representar o fim da política miúda, do toma-lá-dá-cá que apequenou o clube, e o início de uma reconstrução firme, séria e sem autoengano. Criticar o time virou hábito. Criticar a gestão virou obrigação. Esperar por um Sport diferente virou, infelizmente, um ato de fé.

Texto escrito no DP