Um Sport diferente


Por José Neves Cabral*


O novo técnico do Sport, Adílson Batista, deu uma nova postura tática ao time e essa diferença foi visível no clássico de quinta-feira à noite, vencido pelos rubro-negros, por 1×0. E esse novo estilo fez um certo efeito diante dos alvirrubros, quando o meio-de-campo do Sport posicionou-se melhor com os meias Cleisson e Cleiton Xavier tentando fazer as triangulações na entrada da área com os atacantes Vinícius e Rinaldo. As jogadas pelas laterais também foram mais constantes em relação ao Sport de outras jornadas.


As chances criadas com a bola rolando, porém, foram insuficientes para o Sport fazer um gol. A rede do goleiro Nílson, um dos melhores jogadores em campo, só balançou num lance de bola parada, um chute de rara felicidade do atacante Cristiano Brasília. E, neste lance, os rubro-negros usaram muito bem o fato de terem três bons cobradores de falta na equipe.


Sandro, de chute potente, era o indicado para fazer a cobrança, mas Brasília resolveu cobrar, enquanto Leo Oliveira ficou apenas ‘cercando’ a bola. Isso, presumo, deve ter confundido o goleiro, que esperava o chute de Sandro e foi surpreendido no contrapé, com a bola entrando sem muita força, no ângulo esquerdo.


A vitória, porém, não deve iludir a torcida do Sport. A conquista deste turno ainda está muito difícil. O Náutico joga com o Porto, domingo, e com o Santa Cruz, ambos nos Aflitos, enquanto os rubro-negros terão uma partida muito dura contra o Vitória, no Carneirão, na penúltima rodada. Dos três grandes, o líder Santa Cruz é o que está em posição mais cômoda, pois depende apenas de si para conquistar o turno – basta vencer os dois próximos jogos, contra Petrolina, neste sábado, e o Náutico na última rodada.


Voltando ao clássico, discordo das críticas que o time do Náutico sofreu. Não acho que Diego, Thiago Laranjeiras e Betinho foram apáticos. O primeiro mostrou muita qualidade, o Náutico correu muito e, estrategicamente, no segundo tempo, recuou um pouco para tentar matar o jogo num contra-ataque. Afinal, o empate também seria um excelente resultado, porque tiraria o rival do páreo pelo turno. Se, nos momentos de pressão, a bola bateu na trave ou Nílson defendeu, é outra história. A trave não sai do lugar e a função do goleiro é fazer todas as defesas possíveis.