Coluna – A Tribuna do Leão

ENCARANDO O PROBLEMA


Por Adílson Gomes Filho*


Ensina ‘dona sabedoria’: o mal deve ser cortado pela raiz. Tão somente foi o que fez o novo técnico do Sport, Zé Teodoro. Bastou apenas um contato inicial com o elenco, e já foi suficiente para o ex-lateral direito sentir onde estava pisando. Antes de retornar para São Paulo – para cumprir seu último compromisso pelo Rio Branco, de Americana, no próximo domingo –, o novo comandante entregou à Diretoria o que se pode chamar de aviso prévio aos insatisfeitos de plantão: só quer trabalhar com estiver interessado em reciprocidade. Ou seja, os incomodados e insubordinados que façam ponto em outra freguesia.


Não adianta querer brigar com os fatos. Fato nº 1: o volante Cleisson é raçudo e disposto. Tão raçudo e disposto que, não raras vezes, aparecia em destaque nas fichas técnicas das partidas que disputava. Pena que essas aparições, em sua esmagadora maioria, era na parte reservada aos cartões distribuídos no decorrer do jogo. Fato nº 2: a Diretoria leonina armou um escrete para torcedor nenhum botar defeito. Recrutou bons valores para todas as posições (um time que chegou a ser tachado de “galático”). Pois bem, esse time tinha tudo para ser o papa-títulos do ano. Certo? Errado. Um pequeno detalhe sobrepôs-se a tudo: o excesso de veteranos no elenco, somados à falta de vibração (Heriberto da Cunha) e à inexperiência (Adilson Batista), foi uma combinação explosiva. As famosas “panelinhas” (uma delas liderada por Cleisson) estavam em ebulição. Com o segundo treinador, então, havia – nitidamente –, desrespeito à hierarquia.


De forma velada ou escancarada, os técnicos foram queimando nas fogueiras de vaidade, acesas na Ilha do Retiro. Quem não se lembra da discussão de Sandro com Maizena na partida contra o Santa? Ou das declarações de Cleisson, dando ordens a Adilson Batista? Neste caso, em específico, faltou coragem a Batista para antecipar uma decisão anti-popular, porém necessária. Como ele tinha Leanderson como seu homem de confiança, e Ramalho cumpria muito bem o seu feijão com arroz, não restava outra alternativa senão sacar Cleisson do time.


Ele preferiu passar recibo de frouxo e resolveu armar o time com três volantes (em detrimento de um meia avançado, como Lúcio). Deu no que deu, todos sabemos. Chorar o leite derramado, tocar na ferida, como ele fez após o fatídico jogo contra o Manchete, não resolveria mais o problema. Com a decisão de desligar o volante Cleisson, Teodoro simplesmente deu o seu recado. Num ato só, mostrou quem manda e abortou o discurso entoado na Avenida Rosa e Silva que dava conta que ele não tinha pulso. Se bem que esta cantilena alvirrubra não deveria encontrar amparo, dada a insistência em tê-lo de volta. Mas valeu o freio de arrumação.


Desde já, os dito líderes do elenco vão pensar duas vezes antes de se amotinar. Agora, eles sabem que a corda também pode se partir no lado mais forte. Quanto às viúvas do raçudo, podem ficar tranqüilos. No Brasil, tanto quanto o babaçu, há abundância de volantes com as mesmas características. Se peneirar, então, podemos encontrar algum que fuja do lugar-comum. Um que saiba também armar as jogadas com a mesma perícia com que desarma o adversário.


Contagem regressiva


A Coluna volta a bater na tecla do Centenário. Estamos a 30 dias do marco leonino e não há – além do show de Jorge Aragão (noticiado aqui, com exclusividade) -, nada programado para o evento. Com a palavra, o presidente Luciano Bivar e o Diretor de Marketing, Sílvio Pontual.


Surpresa boa


Quem vem surpreendendo é o lateral esquerdo Possato. Sua recuperação está sendo analisada como satisfatória pelo Departamento Médico. Em função disso, espera-se que seu retorno aos gramados seja abreviado.


Novo fôlego


Por falar na lateral esquerda, quem ganha novo ânimo é o jovem Ademar. Com a dispensa de Fabinho, restam apenas ele e Cléber à disposição para a posição. Sua cotação volta a subir, já que Cléber não correspondeu quando foi acionado.


Listrados


Dois mil e cinco entra para a história como o ano das surpresas nos campeonatos estaduais. De Volta Redonda a Icasa, de Ipatinga a XV de Novembro de Campo Bom, passando por um time que não via a cor da taça há uma década, a presença do quadrúpede listrado esse ano foi uma verdadeira festa.