Opinião: Precisamos cobrar a CBF, mas não podemos esconder os erros do Sport na temporada

Por mais absurda que tenha sido a atuação da arbitragem na derrota para o Palmeiras, algo precisa ser dito com a mesma veemência com que cobramos a CBF: o Sport também precisa olhar para dentro de casa.

Sim, o pênalti marcado aos 45 do segundo tempo foi vergonhoso. Sim, o VAR ignorar o lance é inaceitável em plena Série A. E sim, o clube está certo em exigir providências — inclusive em reunião oficial com a comissão de arbitragem nesta segunda.

Mas o erro de fora não pode esconder os problemas de dentro.

Quatro meses e o Sport ainda sem time-base

O técnico Pepa chegou com moral, discurso forte e boas ideias. Mas já estamos no quarto mês da temporada, e a pergunta que não quer calar continua no ar: qual é o time titular do Sport?

O rodízio de jogadores até pode ser explicado por calendário e lesões, mas não justifica a total ausência de padrão. A sensação é de que o elenco ainda não foi aproveitado ao máximo. Temos nomes que podem render mais, mas parecem presos em um esquema que muda constantemente — ou em decisões que priorizam cautela ao invés de ousadia.

Pernambucano vencido no sufoco

E se é pra falar de desempenho, vamos lembrar: o título do Campeonato Pernambucano veio na bacia das almas, nos pênaltis, contra um Retrô que, com todo respeito, é modesto se comparado ao investimento e peso de camisa do Sport.

Ninguém está aqui desvalorizando a conquista, mas sim pedindo autocrítica. Porque a Série A não perdoa quem vacila, e a margem de erro é mínima.

É preciso equilíbrio

Cobrar a arbitragem é dever. Mas cobrar evolução do time também é. Se não fizermos as duas coisas com a mesma intensidade, vamos repetir a história de sempre: brigar com o apito, enquanto tropeçamos nas nossas próprias pernas.

O Sport tem uma torcida que exige — e merece — muito mais. Que o grito de revolta contra a CBF não abafe a necessidade de ajustes no próprio clube.

Afinal, querer justiça fora de campo é justo. Mas fazer a nossa parte dentro dele é obrigação.

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