Todo torcedor de futebol tende a ter um carinho especial pelos jogadores formados na base do seu clube. No caso dos torcedores do Sport Recife, porém, talvez esse carinho seja ainda mais forte do que em outros times do Nordeste, afinal, o Rubro-Negro pernambucano já revelou craques que chegaram inclusive a ser titulares do Brasil em Copas do Mundo. Dentre eles, o exemplo mais recente é o meio-campista Juninho Pernambucano, que disputou a Copa de 2006, na Alemanha, e o mais celebrado é o atacante Vavá, campeão em 1962, no Chile – competição em que foi um de seus seis artilheiros, com quatro gols marcados.
Assim, existe sempre aquela expectativa – explícita ou não – a respeito do desempenho dos jogadores formados pelo Sport que volta e meia são convocados para defender alguma das quatro seleções de base do Brasil, principalmente a sub-20 e a sub-23, treinadas por André Jardine. E essa expectativa só vem crescendo ultimamente, visto que, como informamos aqui em novembro do ano passado, entre 2019 e 2020 o Leão da Ilha teve pelo menos um jogador em cada uma dessas quatro seleções, chegando a um total de sete nomes. Mas o que se deve realmente esperar de tais atletas?
Colocando os pés no chão
É evidente que, dada a grande oferta de jogadores de alto nível que o Brasil tem à sua disposição, seria precipitado especular sobre qual atleta revelado pelo Leão teria chances reais de vestir a camisa da seleção principal. Até porque, vale lembrar que a Canarinho é a favorita para vencer a Copa de 2022, no Catar. No último 7 de maio, a odd no site da casa de apostas Betway por uma aposta no título do Brasil era de 7.00, o que deixava a seleção comandada por Tite à frente inclusive da atual campeã, a França. Então, ao menos por enquanto, o mais prudente a fazer é mesmo evitar qualquer discussão a respeito de qual jogador do Leão poderá ser um próximo Juninho, Vavá ou Ademir de Menezes.Por outro lado, é perfeitamente possível – e às vezes até saudável – especularmos a respeito de algo que é tão ou mais importante para o futuro do Sport do que qualquer possível convocação para a seleção brasileira: a possibilidade de negociação de um de seus atletas mais promissores para algum grande clube do futebol nacional, ou, de preferência, para algum clube europeu, mesmo que não seja de grande porte. Dada a situação financeira nada animadora do Leão da Ilha – como mostra a análise feita no ano passado pelo jornalista Rodrigo Capelo, do GE –, qualquer injeção imediata de caixa daria um certo alívio para os cofres do clube.
Adryelson e mais dez
Eis o porquê, dos atuais jogadores do elenco principal, espera-se tanto do zagueiro Adryelson, de 23 anos. O atleta, que subiu para os profissionais em 2018, já foi convocado tanto para a seleção brasileira sub-17 quanto para a sub-23 e, no início de maio, seu valor de mercado no site Transfermarkt era de 950 mil euros. Assim, não foi por nada que há um ano, conforme comentamos por aqui, o jornal italiano Corriere dello Sport chegou a lhe entrevistar e a falar de um possível interesse da Lazio em tê-lo no seu elenco. E, há poucos meses, o São Paulo – já sob o comando do seu atual treinador, Hernán Crespo – também lhe teria feito uma sondagem, de acordo com a Jovem Pan.
Uma possível ida de Adryelson para a Itália seria provavelmente mais vantajosa em termos financeiros, mas mesmo o São Paulo já seria uma ótima vitrine para o jogador, visto que o Rubro-Negro pernambucano evidentemente lucraria caso o Tricolor paulista vendesse Adryelson para a Europa posteriormente. Mas é claro que aí já estaríamos nos adiantando demais, porque tampouco se pode descartar por completo algo que ninguém deseja: uma possível perda de valor de mercado do atleta daqui a um ano ou dois. Não foi isso o que aconteceu com o meia Everton Felipe desde que saiu do Sport em 2018?
De volta para o presente, o consenso geral é que Adryelson forma no momento uma das melhores duplas de zaga do Nordeste – quiçá do Brasil – junto com Iago Maidana. E todos torcemos para que ambos mantenham esse alto nível, mas é sempre bom lembrar que o sucesso da dupla não depende apenas deles: a não ser que o Sport traga bons reforços para o Campeonato Brasileiro deste ano, mais uma vez veremos o clube lutando contra o rebaixamento. E estar numa equipe da Série B brasileira dificilmente faria muito sentido para um jogador que poderia perfeitamente estar disputando a Serie A italiana.
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