Bria – De galho em galho

Bria, um atleta de saúde invejável, chegou a Pernambuco vindo de Bananeiras, na Paraíba, onde fazia um curso técnico de agricultura, na tradicional escola da cidade. Até se firmar como lateral peregrinou por outras posições. No mesmo 1949 que marcou sua estréia, jogando de ponta-direita, atuou de centromédio. Era essa a intermediária rubro-negra: Vavá, Bria e Amaro China.

Em 1950, ano em que o Náutico iniciou a trajetória rumo à conquista de seu primeiro tricampeonato (50/51/52), Bria passou praticamente em branco, mas em 51, participou de três formações da linha média do Leão, agora firmando-se como médio volante, jogador que atuava com a camisa 4 e tinha a função precípua de barrar os passos do meia-armador (10), adversário. Claro que o volante, ou apoiador, também atacava.

Inicialmente, a intermediária rubro-negra, em 51, era formada por Bria, Lilica e Arlindo Lira. Mais tarde, saiu Lilica, com Arlindo Lira sendo deslocado para o meio, possibilitando a entrada de um lateral-esquerdo recém-chegado do Maranhão. Era Pinheirense, assim conhecido por ser natural da cidade de Pinheiros-MA. A nova linha média do Sport passava a ser formada desta maneira: Bria, Arlindo Lira e Pinheirense.

Mais tarde, Bria voltava ao centro da intermediária, tomando o posto que pertencia a Arlindo Lira. Já a camisa 4 passava a ser vestida, pelo menos temporariamente pelo maranhense Mourão, que nada tem a ver com o outro Mourão, o que veio de Alagoas diretamente para o América, vestindo depois as camisas do Santos, Grêmio de Porto Alegre, New Old Boys, da Argentina, e Sport, como médio-esquerdo, o lateral-esquerdo de hoje.

Portanto, Mourão – o maranhense –, Bria e Pinheirense, era como passava a formar a intermediária rubro-negra. Só que antes de o campeonato encerrar-se, o Sport colocou outra intermediária em ação – Zeca, Bria e Arnaldo. Pelo menos, foi esta formação que esteve em campo em 17 de dezembro, quando o Leão perdeu por 1×0 para o Náutico, que se sagrava bicampeão.

Em 1952, na decisão do segundo turno – derrota para o Náutico por 2 x 0 – Bria aparecia deslocado para a esquerda, numa intermediária que alinhava: Leleco, Trajano e Bria.

A partir de 1953 ele formou nos mais diferentes trios finais. Em 53, o trio começava com o goleiro Carijó e prosseguia com Bria e Djalma – não confundir com o atacante Djalma, de muitos gols e muitas histórias.

A dupla de zaga, salvo uma ou outra modificação, só seria mudada em 1955, tendo sofrido várias alterações – Itamar/Walter, Itamar/Pedro Matos e Moreira/Pedro Matos.

Em 1955, ano do cinqüentenário do Sport, Bria retomava definitivamente seu lugar, formando neste trio final: Osvaldo Baliza, Bria e Pedro Matos. Mais tarde entrava Miguel no lugar de Pedro Matos, tendo havido um revezamento entre os dois zagueiros ao longo do campeonato. Bria manteve-se intocável naquele ano sagrado para os rubro-negros e ao seu lado houve um revezamento entre Djalma, Pedro Matos e Mirim, este um dos maiores craques que vestiram a camisa do Sport em todos os tempos.

Em 56, quando o rubro-negro conquistou mais um bicampeonato, Osmar, egresso do América do Rio, entrava no time. Com ele, Bria perdeu o supercampeonato de 1957 para o Santa Cruz, e recuperou o título no ano seguinte. Daí para frente teve outros companheiros ao seu lado: 59, Cido, 60, Sinval, 61, Alemão. Em 62, Bria começava a perder prestígio, pois a posição foi ocupada por Dodô, Nelson e Alemão, Em 63, Alemão crescia como lateral e Bria encerrava sua vitoriosa carreira no Sport, com sete títulos estaduais, passando a defender o América, onde encerrou a carreira.