PLANTÃO MÉDICO
Por Adílson Gomes Filho*
Mais da metade do ano de 2004 já ficou para trás e Pernambuco ainda não viveu momentos de alegria no futebol. Digo isso pois, o Sport – clube de futebol de maiores conquistas e detentor da mais apaixonada e maior torcida da região – ainda não competiu à altura das suas tradições. Passou uma chuva na Copa da Brasil, participou como coadjuvante no certame estadual e vive seu pior momento em edições do Campeonato Brasileiro (ocupa a antepenúltima posição). Lembrando apenas que estamos disputando, pelo terceiro ano consecutivo, a divisão B do torneio nacional e, ao término da disputa, seis equipes serão rebaixadas.
Como se pode notar, o ano só não está pior porque ainda não terminou. Ou seja, nem tudo está perdido. Se estivéssemos diante de um paciente em estado grave – ocupando um leito hospitalar em uma UTI qualquer – diríamos que ele ainda respira. Com ajuda de aparelhos, é verdade. Mas respira. O quadro inspira cuidados e a família deve se preocupar, sim. Orar para o ente querido e ter fé que ele sairá dessa situação sem seqüelas. Enfim, emanar carga positiva. Jamais entregar os pontos e desistir. Afinal de contas, o paciente pode receber visitas nos horários estabelecidos. Como sempre nos ensinaram: enquanto há vida, há esperança (perdoem-me pelo clichê, mas não resisti). Guardadas as devidas proporções, nosso Glorioso Sport encontra-se numa situação similar.
Acumulou apenas 11 pontos dos 36 disputados (o que representa míseros 30,6% de aproveitamento); jogou 12 partidas e venceu apenas duas (perdendo 05 e empatando as outras 05); tem uma média inferior a um gol por partida e já contabiliza uma saldo negativo de 9 tentos. Uma campanha de deixar até torcedor de dois anos de idade cabisbaixo. Um horror! Fruto dos desencontros de uma Diretoria (apenas) bem intencionada. Não se observa um só dirigente, dos que respondem pelo futebol do clube, praticar uma ação digna de merecer o adjetivo “competente” inserido. Acharam que a decepção do ano passado seria abafada com uma vassourada no famoso Colegiado. E o que é pior: desmontaram o time do “quase” (quase Campeão da Copa do Brasil e quase Campeão do Brasileirinho) e trocaram mais de técnico do que de camisa. O que se viu foi uma festa de contratações bisonhas. A maioria patrocinada por um tal de Ferreira – um aloprado travestido de técnico que tornou-se objeto precioso nas mão destes dirigentes.
O que devemos ter em mente é que só a união de todos os Rubro-Negros de bem é que nos salvará da Série C. Assim como a família nunca deve abandonar o parente enfermo, a Nação Rubro-Negra não deve largar o Sport nesse momento difícil. Vamos tentar curar um problema por vez. A luta agora é tirar o time da UTI. Retirar os aparelhos e vibrar ao vê-lo respirar espontaneamente. Essa melhora pode ocorrer já no próximo sábado, no confronto com o tricolor da terra de Iracema, o Fortaleza (nunca perdemos para eles em Brasileiros). Essa é a data da próxima visita à UTI – o horário é 20h30. A partir daí serão mais três jogos para reoxigenar o doente: contra o atual lanterna, Londrina (fora de casa), Joinville, concorrente na luta contra o rebaixamento, e o arqui-rival Santa Cruz, na Ilha do Retiro, no Dia dos Pais. Uma seqüência de três vitórias fará bem ao paciente, que já poderá passear pelos corredores do hospital. Alta médica mesmo, só quando estivermos freqüentando outras áreas da tabela de classificação, quais sejam, qualquer uma da 18ª para trás. Só um lembrete: quem estiver contaminado com qualquer vírus pessimista evite visitar o doente no próximo sábado. Como já estou vacinado, levarei o meu sorriso e a palavra de apoio. Já bastam.
Muito barulho…
O técnico Heriberto da Cunha passou dias alardeando que bastava chegar a regularização do volante Élder para poder escalá-lo no time titular. Pois bem, 60 dias após a chegada do atleta, eis que ele, enfim, é regularizado.
…por nada
Relacionado pelo técnico, ele viajou para Belém para o confronto com o Remo. Não passou de um espectador privilegiado da partida. Suplente estava, suplente continuou até o fim do jogo. Vai entender!
Medidas de impacto
Ou a Diretoria acorda desse sono profundo em que se encontra ou estaremos mesmo fadados ao fracasso em 2004. O PST.COM deu uma sugestão louvável para ajudar os comandantes leoninos. Endossamos o pleito de ingresso único a R$ 3,00 em todas as partidas. Mesmo com a campanha fraca que o time realiza, a torcida sempre esteve presente. Estimular e premiar esses abnegados não faz mal a ninguém.
Não tem cão, caça com gato
A promoção do ingresso serviria, pelo menos, para aliviar o impacto causado pela notícia que dá conta que não contrataremos o tão sonhado armador canhoto. Ao menos um pleito da torcida seria atendido. Não substitui, eu sei. Mas que alivia, alivia.
Desafio
Da série perguntar não ofende:
a) Alguém aí, do elenco do Sport, vai conseguir superar a média de gols, nesse Brasileiro, do dispensado Leonardo? (Confiram o link)
b) Quem será o primeiro torcedor, no sábado, a gritar “eu era feliz e não sabia” para Hélio dos Anjos, Bosco, Albérico e Juninho Goiano?
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