A VEZ DO ADÍLSON
Por Adílson Gomes Filho*
Passados 40 dias do ano do Centenário do Sport, a torcida Rubro-Negra já pôde sentir o quão difícil e tortuosa será a jornada do nosso time. Sofreu com a demora no anúncio dos contratados – posteriormente, com a regularização dos mesmos -, contou os minutos para a estréia no certame estadual, fez bonito na Ilha do Retiro e fora dela (aproximadamente 100 mil leoninos prestigiaram o time nos seis primeiros jogos) e apoiou o quanto pôde a permanência do treinador Heriberto da Cunha. Tudo bem, nem todos deram o seu apoio. Como já dizia Nelson Rodrigues, “toda unanimidade é burra”. Para não fugir à regra, é claro, tinha a turma do contra, que não economizava nas críticas ao então treinador.
Como paciência de Rubro-Negro é como salário mínimo no Brasil (ou seja, acaba rápido), durou pouco o voto de confiança dado por parcela da torcida ao da Cunha. Não é para menos, lá se vão três jogos sem soltar o grito de gol preso na garganta. A última vez que ocorreu esse feito foi no dia 23 de janeiro, em Santa Cruz do Capibaribe (170 km do Recife), contra o Ypiranga. Já se passaram mais de 315 minutos desde que Vinicius decretou àquela vitória (o gol – para os que não lembram – foi a um minuto da segunda etapa). De lá para cá, esbarramos nos “eficientes” Luciano (Serrano), Cléber (Santa Cruz) e Davi (Itacuruba). Dois destes três jogos foram disputados em casa. Pois bem, urgia uma decisão dos dirigentes do Sport e ela não tardou. Chegou em pleno sábado de Zé Pereira.
O Galo da Madrugada adentrava na Avenida Guararapes quando surgia o nome do mais novo comandante do esquadrão do Centenário: Adílson Batista. Paranaense de Adrianópolis, Adílson (quase 37 anos) carrega consigo características que agradam ao torcedor do Sport: é disciplinador, tem espírito vencedor e liderança inquestionável. Já chegou colocando a moçada para trabalhar, alheio à imensa folia que toma conta do estado nos dias de reinado de Momo. Tem à sua disposição um forte elenco – que precisa ser aproveitado de forma mais racional – e uma Comissão Técnica de sua estrita confiança. É depositário de toda confiança da Nação Rubro-Negra. Elementos não lhe faltam para fazer nome em Pernambuco. Bom trabalho e boa sorte, Adilson. Se bem que, com um nome imponente desse, meio caminho já está andado.
Mote
A estréia do novo treinador já é motivo suficiente para a Ilha “bombar”, no jogo de logo mais contra o Náutico. A situação não é das melhores (dependemos de terceiros para a conquista do turno), mas vencer o então líder será a retomada, com louvor, da curva de crescimento da tabela. Todos à Ilha!
Pingüim
Cláudio Mercante, que apita o Clássico de amanhã, vem de um longo período de suspensão. Retornou aos gramados na semana passada num jogo da Copa do Brasil (Sampaio Corrêa x Coríntians) e saiu-se bem. Espera-se desempenho similar hoje, tendo em vista que os sopradores de apito têm deixado a desejar nas partidas do Leão. Possato e Lúcio que o digam.
Ausência de sorte I
Por falar nos dois atletas, eles precisam de uma reza forte. Nosso eclético lateral esquerdo vinha demonstrando que seria um dos principais destaques do futebol pernambucano em 2005. Num lance despretensioso, na lateral do meio-campo, vê seu ano de glórias ser reduzido à metade.
Ausência de sorte II
Já Lúcio, esse merece um estudo. Estreou contra o Serrano e, aos 43 do segundo tempo – num acesso de insanidade -, dá um pontapé num adversário e é expulso. Cumpre a automática contra o Santa Cruz e retorna contra o Itacuruba. Ainda no primeiro tempo, é atingido e fratura uma costela. Resultado: molho de 15 a 20 dias. Benze-te, Sport!
E aí, hein?
Como perguntar não ofende, não arranca pedaço nem me causa vergonha, lá vai: alguém pode me explicar qual a bonificação que recebemos na transação de Leozinho com o Clube de Regatas Vasco da Gama? Com a palavra, nossos ilustres dirigentes, amigos do famigerado Eurico…
Já começou bem!
E o novo técnico do Leão começou bem e agradando a todos. A primeira impressão, que costumeiramente é a que fica, é a de um profissional muito competente, sério, organizado e detalhista. Já tem o comando do grupo na mão e todas as suas preleções são feitas com um “Data Show” simulando as principais jogadas do adversário. O clima na Ilha do Retiro é outro e o que se respira é otimismo e confiança. Assim sendo, o PeloSportTudo reitera os votos de muita sorte, sucesso e títulos em sua passagem pelo glorioso Sport Club do Recife.
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