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O tabu que já durava mais de cinco décadas caiu. Num jogo eletrizante no segundo tempo, o Paysandu venceu o Sport por 2×1 nesta quarta-feira (4), no Mangueirão, em Belém, pela primeira partida da segunda fase da Copa do Brasil e repetiu o feito de 51 anos atrás. Com o resultado, o time do Pará joga pelo empate ou derrota por um gol de diferença a partir de 3×2 (4×3, 5×4, etc.). O leão se classifica se vencer por 1×0. Se o Papão balançar as redes na próxima quarta (11), na Ilha, os pernambucanos têm que vencer por vantagem de dois ou mais gols. Vitória vermelha e preta por 2×1 leva a decisão para os pênaltis.
Como era de se esperar, o Paysandu exerceu pressão inicial. Marcou a saída de bola do Sport e chegou com perigo. Para completar o roteiro faltou apenas marcar o gol. A um minuto, Rafael Oliveira recebeu livre e chutou. A bola desviou no pé de Moacir e bateu no travessão antes de sair. Na sequência da cobrança de escanteio, o mesmo Rafael chutou para defesa de Magrão.
Aos poucos, o Sport encaixou melhor a marcação e aliviou a pressão. O time pernambucano já ensaiava uma melhor posse de bola quando sua defesa foi envolvida por uma jogada rápida pelo lado esquerdo. Tiago Potiguar lançou Rafael Oliveira, que cruzou rasteiro. Adriano Magrão furou e a bola sobrou para Yago Pikachu, que acompanhava bem a jogada e fechou pelo meio. O chute ainda desviou na zaga do Sport antes de entrar.
Mesmo sem sofrer bombardeio do adversário, o Sport tinha enorme dificuldade de manter a bola no setor ofensivo. O problema era bastante visível. Quando ia ao ataque, o time rubro-negro não aproximava os jogadores. Quem recebia a bola não tinha opção para uma tabela ou triangulação. A marcação paraense levava ampla vantagem.
E quando a bola caía nos pés de Tiago Oliveira, o contra-ataque engrenava em alta velocidade. Aos 29, Marcelinho foi desarmado e o camisa 10 bicolor deixou todo mundo de vermelho e preto para trás até chutar forte de pé esquerdo. Magrão salvou a vida dos pernambucanos. A segunda vez novamente em bola perdida por Paraíba no meio. Desta vez, Potiguar lançou Cariri, que mandou por cima.
O Sport só conseguiu tocar a bola corretamente até a área adversária aos 31. Moacir cruzou e Jael finalizou em cima do goleiro Paulo Rafael. Moacir levaria vantagem sobre Brayan mais quatro vezes. Na última delas, já nos acréscimos, o lateral serviu novamente o camisa 9. Jael dominou e acertou o canto direito de Paulo Rafael para decretar o empate.
O Paysandu voltou para o segundo tempo com Pablo no lugar de Brayan, uma nítida tentativa do técnico Lecheva em fechar o único espaço que o Sport encontrou para atacar no primeiro tempo. Mas o que se destacou mesmo, novamente, foi o ataque paraense e, como num replay do primeiro tempo: no contra-ataque.
Com os erros do primeiro tempo não solucionados, o time da casa manteve a receita e em sete minutos criou nada menos que três grandes oportunidades até conseguir a vantagem no placar novamente. Aos quatro, Pikachu avançou e na hora de finalizar, Tobi apareceu para tocar a bola para escanteio. O árbitro Wilson Seneme erradamente anotou pênalti. O mesmo Pikachu foi para a cobrança e mandou no lado direito. Magrão fez a defesa.
Apenas dois minutos depois, Cariri passou por Aílson e só não marcou porque Magrão saiu bem e mandou a escanteio. Na cobrança, Adriano Magrão estava sozinho na pequena área leonina e nem teve trabalho para cabecear forte, sem chance defesa.
A situação estava tão ruim para o time da Ilha que o técnico Mazola Júnior fez algo inédito: tirou o salvador Marcelinho Paraíba – que pouco produziu – para acionar Jheimy. E o atacante teve duas ótimas chances em sequência. Na primeira, Moacir fez boa jogada de linha de fundo e tocou para Jheimy acertar o travessão. No desenrolar do rebote, o camisa 18 tentou rasteiro, com o bico da chuteira e Paulo Rafael fez grande defesa.
Se não corrigiram o sistema defensivo, ao menos na criatividade as alterações efetuadas por Mazola surtiram efeito. A transição da defesa para o ataque melhorou com o passe mais correto de Marquinhos Paraná e Naldinho foi mais eficiente na saída de jogo.
A partida ficou aberta, com o Sport ensaiando empatar e o Paysandu ampliar sua vantagem. E no fim, brilharam as traves. Aos 35, Jael recebeu na entrada da área e mandou no poste superior. No minuto seguinte, o onipresente Tiago Potiguar puxou mais um contra-ataque e mandou uma bomba na trave direita leonina.
Ficha do jogo:
Paysandu: Paulo Rafael; Yago Pikachu, Douglas, Thiago Costa e Brayan (Pablo); Neto (Da Silva), Billy, Rafael Oliveira e Tiago Potiguar; Cariri (Robinho) e Adriano Magrão. Técnico: Lecheva.
Sport: Magrão; Aílson, Tobi e Edcarlos; Moacir, Diogo Oliveira (Naldinho), Rivaldo, Marcelinho Paraíba (Jheimy) e Marquinhos Gabriel (Marquinhos Paraná); Willians e Jael. Técnico: Mazola Júnior.
Local: Estádio Mangueirão, em Belém. Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP/Fifa). Assistentes: João Nobre Chaves (SP) e Carolina Ramanholi (CE). Gols: Yago Pikachu, aos 14; e Jael, aos 46 do primeiro tempo. Adriano Magrão, aos sete do segundo.. Cartões amarelos: Marquinhos Paraná, Aílson, Adriano Magrão e Billy.
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