Danilo Santos vive noite emocionante

Danilo Santos chegou à Ilha do Retiro há pouco mais de dois meses, vindo do Figueirense, por indicação do ex-técnico do Sport Luís Carlos Ferreira, pensando em ser titular. Mas teve poucas chances, o Rubro-Negro trocou de treinador – saiu Ferreira, entrou Heriberto da Cunha –, e o jogador estava sem ser relacionado desde o jogo contra o Vila Nova, no dia 22 de junho.

Mas a semana passada parecia mesmo ser a da redenção do atleta. Treinou bem, chamou a atenção de Heriberto, e foi acionado no início do segundo tempo de Sport x Fortaleza. E conseguiu, no apagar das luzes, desempatar a partida, dando a vitória ao Sport, depois de cinco rodadas sem vitórias.

Ao ser chamado para entrar em campo, Danilo, anos, sabia que não podia desperdiçar a chance. Afinal, Heriberto nunca havia trabalhado com aquele garoto, de 20 anos. “Ele me pediu para marcar o lateral e ir para o ataque. Tentei cumprir tudo direitinho”, rememora.

Mas a revolta tomou conta do jogador após o gol de Rinaldo. Segundo lembra, gritou impropérios e chutou um balde de água, de tanta raiva. Dizia para si mesmo que aquilo não estava acontecendo. Batido o centro, sofreu uma falta na intermediária, e correu para dentro da área, a fim de tentar o que seria o gol salvador, inacreditável naquele momento.

“Nildo cruzou na área, rebateram de cabeça, da defesa, e a bola sobrou nos meus pés”, diz. Não se contendo de tanta emoção, tirou a camisa rubro-negra e correu para comemorar. “Eu nunca tinha sentido aquilo na minha vida. Foi uma explosão de alegria. Coloquei para fora muita coisa que estava guardada dentro de mim”, diz. Resultado da euforia: tomou o segundo cartão amarelo e foi expulso. “Pedi desculpa ao grupo e ao técnico. Mas foi a expulsão mais gostosa da minha carreira”, diz.

Danilo chegou no Figueirense em 2000, para jogar o Campeonato Catarinense de Juniores, e ficou por lá até pouco tempo atrás. Ele ressalta que não é de origem sulista, pois nasceu em Vitória da Conquista, na Bahia, e iniciou-se no futebol no Vitória, quando tinha pouco mais de 16 anos.

O atacante tinha sete anos quando decidiu que seu futuro seria nos campos de futebol. “Pedi a um tio para me ensinar a jogar, e ele aceitou. Depois, entrei na escolinha e no futebol de salão. Mais tarde, passei no teste do Vitória”, lembra. “Antes de ir para o Figueirense, estava no Guaratinguetá/SP, no qual me viram jogar, e me chamaram para disputar o Catarinense de Juniores”, conta.

No ano passado terminou a temporada como titular, e em 2004 sagrou-se campeão catarinense pelo Figueirense. Ao término do Estadual, quatro novos atacantes foram contratados visando à Série A, tendo ele sido preterido. “Estava no banco de reservas. Então resolvi jogar no Sport, a convite de Ferreira”, revela. “Precisava abrir novos mercados. O Sport era ótimo para isso. Espero deixar as portas abertas. Este clube é muito maior que vários do futebol brasileiro”.

Mesmo com pouca idade, já aprendeu muito com o pouco tempo de Sport. “Pensava que ia ser titular, fiquei um bom tempo sem jogar, mas se não tivesse lutado, não conseguiria ter entrado no jogo contra o Fortaleza e feito o gol. É preciso perseverar sempre”, encerra.