O vice-presidente executivo do Sport, Raphael Campos, concedeu entrevista à Rádio Jornal para esclarecer os detalhes do contrato envolvendo o jogo contra o Flamengo, pelo Brasileirão, marcado para o dia 13 de novembro, às 20h30, na Arena.
A operação veio à tona após o jornalista Venê Casagrande, do SBT Rio, divulgar parte do documento assinado em 30 de julho, confirmando que o Sport recebeu R$ 3 milhões líquidos pela cessão das receitas da partida a um grupo de investidores. Raphael confirmou a autenticidade do acordo, mas fez questão de destacar: “não houve venda de mando de campo”.
“No final de julho, o Sport foi procurado por um grupo de investidores interessado na cessão das receitas desse jogo contra o Flamengo e entre outros também. A proposta era extremamente vantajosa, uma receita extraordinária de R$ 3 milhões líquidos, talvez a maior receita da história do futebol pernambucano”, disse.
O vice-presidente reforçou que, apesar de a empresa ter adquirido as receitas, toda a operação segue sob responsabilidade do clube, incluindo check-in, setorização e precificação dos ingressos.
“Isso não se caracteriza como venda de mando. O Sport mantém todas as prerrogativas de operação. Não podemos abrir mão de uma receita dessa, seria incoerente com o nosso discurso de buscar saúde financeira.”
Arena de Pernambuco – Sport
Arena escolhida por viabilidade e capacidade
Raphael explicou que a Arena de Pernambuco foi escolhida por motivos de capacidade e retorno financeiro: “Esse é um jogo que tem uma característica específica, onde a gente entende que deixa muito dinheiro na mesa jogando na Ilha do Retiro. Apesar da relação emocional com o nosso estádio, precisamos colocar isso na ponta do lápis. Foi uma receita extraordinária, importante pra gente.”
O dirigente detalhou que o contrato é uma operação de cessão de receitas, sem interferir no mando de campo: “A gente vendeu as receitas, muito simples. O investidor assume o risco e busca o retorno. Mas o mando de campo é do Sport. Continuamos responsáveis pela comunicação com a CBF e pelo uso da Arena, como já fizemos em outras temporadas.”
Sobre a confidencialidade, Raphael disse que o clube aguardava a confirmação da data pela CBF antes de tornar o acordo público: “A data não tinha sido marcada, então a gente não podia falar de algo que ainda não existia. O contrato tem cláusulas de confidencialidade, e o vazamento é quebra de contrato. A gente já tinha uma nota pronta, que sairia após a confirmação oficial.”
O vice-presidente confirmou que o valor já foi recebido e aplicado nas despesas cotidianas do clube: “Essa receita já entrou no caixa. Foi usada como qualquer receita de bilheteria, para custear o clube. Ajudou a equilibrar as contas e suprir uma queda de arrecadação com bilheteria e sócios.”
Raphael Campos, Sport
A configuração da Arena seguirá o mesmo padrão de jogos anteriores entre Sport e Flamengo, com os visitantes ocupando os setores Norte Inferior e Superior, cerca de 30% da carga total.
“É a mesma configuração dos jogos anteriores. O que a gente lamenta é a politização. Se o Sport tivesse vencido ontem, essa polêmica não existiria. Como a fase é ruim, tudo vira discussão.”
Encerrando, Raphael defendeu a operação como uma decisão estratégica e responsável do ponto de vista financeiro: “Um clube que tem uma oferta de R$ 3 milhões líquidos por um jogo futuro, sem data definida, não tem muito o que pensar. Pensando como negócio, como clube, foi uma decisão correta.”