A crise que assola o Sport ganhou novos contornos após a derrota para o Vitória. O resultado, por si só, já seria suficiente, mas o que chamou atenção foi o discurso do diretor geral de futebol, Enrico Ambrogini, que decidiu expor publicamente seu incômodo com o clima interno que, segundo ele, atravessa todos os departamentos.
Em uma entrevista coletiva carregada de frustração, Ambrogini descreveu um ambiente marcado por acomodação e conformismo, chamando o comportamento observado no clube de “passividade inaceitável”.

Para ele, o problema não se limita ao desempenho do elenco ou às escolhas da comissão técnica: é um reflexo de uma estrutura que perdeu identidade, ambição e senso de urgência. De acordo com o dirigente, a postura precisa mudar imediatamente. E, embora o clube já tenha iniciado o planejamento de uma grande reformulação para 2026, ele enfatiza que a transformação não pode esperar.
“A passividade não é só de jogador e treinador. É o clube inteiro, o staff inteiro. Não posso chegar amanhã e ver todo mundo tranquilo, como se nada tivesse acontecido. Isso é inaceitável.”
Ambrogini reforçou que o Sport precisa resgatar seu “DNA”, algo que, segundo ele, deixou de existir no ambiente interno. E frisou que dedicação e indignação devem ser características presentes em todos os funcionários, independentemente da função desempenhada.
“Não é só colocar três jogadores que correm e dão carrinho. Vai da cozinha ao GPS, ao campo. Todo mundo lá dentro precisa entender o que é o Sport e o que o clube representa.”

O dirigente também fez um alerta mais profundo: o Sport, historicamente protagonista no cenário regional e nacional, estaria ficando atrasado quando comparado a outros clubes. Para ele, a diferença de postura tem contribuído para que o Rubro-negro perca competitividade.
“Se a gente não mudar, se não houver uma renovação real, não vai. Estamos ficando muito distantes dos outros clubes.”
Ambrogini concluiu lembrando que o Sport tem peso, camisa e tradição, mas isso precisa estar refletido no comportamento diário daqueles que convivem no ambiente do clube.
“Não adianta colocar um ou dois jogadores e achar que está tudo bem. Não podemos aceitar essa passividade. Quem entrar no CT precisa saber o que significa vestir o Sport.”
As declarações do dirigente escancaram que o clube não enfrenta apenas uma crise técnica ou financeira: vive também um desafio interno, estrutural e cultural. E, para Ambrogini, só uma mudança profunda pode recolocar o Sport no caminho que sua história exige.
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