Jadílson colhe glórias de herói

O atacante Jadílson não se coloca como o herói da vitória do
Sport por 3×2 sobre o Bahia, anteontem à noite, na Ilha do Retiro. Ele
foi o autor de dois gols, o segundo e o terceiro – o meia Éder fez o
primeiro, quando o time perdia por 2×0. Ontem à tarde, Jadílson deu um
exemplo de humildade. Mesmo liberado, foi ao clube e atendeu aos
repórteres e aos torcedores, destacando a força do grupo.

“Não jogo só. O verdadeiro Sport é o que jogou contra o Bahia. O
grupo mostrou unidade, garra e força de vontade. A vitória foi o
resultado da persistência e da determinação. Sou muito simples e para
mim todos os jogadores foram heróis”, ressaltou o novo ídolo da torcida
rubro-negra.

A virada em cima do Bahia deu ao Sport a condição de continuar
sonhando com a classificação à segunda fase da Série B do Campeonato
Brasileiro. O time rubro-negro está com 27 pontos e terá pela frente a
Portuguesa, dia 2 de setembro, em São Paulo, e o Gama, dia 10, na
última rodada da primeira fase, na Ilha. Jadílson não parece temeroso.
“Sabemos que é difícil, mas não tememos os adversários. Vamos colocar a
mesma garra nesses dois jogos.”

A garra rubro-negra em Jadílson é de família. Afinal, seu pai,
Israel José da Silva, segundo ele, é um torcedor fanático do Sport.
Mesmo sendo hoje um atleta profissional, o atacante confessou que é
torcedor do clube desde criança. “Meu pai me levava para tocar repique
na Gang da Ilha (uma das torcidas organizadas). Fiquei feliz com os
gols e meu pai estava no estádio. Foi um grande presente para ele.”

Cercado pelos repórteres, Jadílson Carlos da Silva, 24 anos,
1,71 m, relembrou sua trajetória até vestir a camisa do seu clube de
coração. Chegou a participar de uma peneira dos juniores, na Ilha, e o
técnico era justamente Neco, que assumiu o time depois da demissão de
Edinho Nazareth. Segundo Neco, ele foi convidado a voltar ao clube e
não o fez. O reencontro com Neco foi em 2000 no Unibol, também nos
juniores. De lá passou pelo Petrolina, tendo sido vice-artilheiro do
Campeonato Pernambucano de 2001, com nove gols. Passou pelo
Confiança-SE e terminou no Atlético-PR, dono seus direitos federativos.
Teve duas temporadas (2003/2004) no Banyas, dos Emirados Árabes Unidos,
quando marcou 25 gols. Após alguns contatos, decidiu vir para o Sport e
se apresentou no dia 27 de julho.

“A vida é cheia de sofrimentos. Precisamos sempre ir em
frente. Felizmente estou no Sport e espero dar o máximo. Ainda não me
considero titular, pois o grupo é bom e tenho de trabalhar com mais
vontade”, comentou Jadílson.

A estréia, porém, não foi como esperava. O time foi goleado
pelo Marília, por 4×1, sábado passado. Ele marcou o gol de honra.
Anteontem fez mais dois. O detalhe é que o atacante não entrou como
titular. “Espero manter a média e ajudar o Sport.”

Foto: JC Imagem