Leo Oliveira não é o primeiro e, provavelmente, não será o último jogador que se destaca no Santa Cruz e é contratado pelo Sport, às vésperas de um Estadual. E com um ex-tricolor no time, o Leão sempre deu mais sorte do que azar. Nos últimos 30 anos, os exemplos são muitos. Em 1975, o clube rubro-negro amargava um jejum de 12 temporadas sem título e resolveu formar a ‘Seleção do Nordeste’ para ganhar seu 20º Estadual. E um dos primeiros contratados foi o meia Luciano Jorge Veloso. De estilo clássico e chute potente, o pesqueirense Luciano comandou o time rubro-negro ao lado de Assis Paraíba, levando-o ao título.
Em 1976, o atacante Ramón, um dos maiores artilheiros do futebol pernambucano, também aportou na Ilha, mas teve uma discreta passagem. E seguiu para o Vasco, onde brilhou ao lado de Roberto Dinamite. O Sport continuou investindo em ex-tricolores, como o goleiro Gilberto e o meia Édson Ratinho, um mineiro baixinho, atarracado e bom de bola, que ficou por um longo período na Ilha do Retiro, sendo tricampeão estadual (80 a 82). Junto com ele, no início dos anos 80, já estava Betinho, que defendeu o Santa Cruz, e também o Náutico. Dono de um chute forte, fazia vários gols em arremessos de fora da área. Na década de 80, outro Édson (o Cabeção) com passagem pelo Arruda brilhou na Ilha. Também baixinho, ele jogava como ponta (esquerda ou direita) e foi titular no time campeão estadual de 88.
Givanildo Oliveira, o hoje técnico do Santa Cruz, também foi ídolo na Ilha. Em 80, ele chegou, procedente do Fluminense, sendo o capitão do tricampeonato (80 a 82). Outro craque tricolor que se mudou para o clube da Praça da Bandeira foi o ponta-esquerda Joãozinho – antes passou pelo Corinthians. O canhoto sergipano foi destaque no tri. Num jogo contra o Central, valendo o título do terceiro turno que daria o Estadual ao Sport, ele driblou toda a defesa centralina, livrou-se do goleiro e, embaixo do gol, chutou a bola na trave. Surpreso e chateado com o inusitado gol perdido, dirigiu-se à linha de fundo para abandonar o campo, mas foi contido pelos companheiros. O Sport venceu por 1×0, gol de Aílton, e ganhou o tri.
Naquele meio-de-campo do Sport do início dos anos 80, ainda brilhou o paulista Wílson Carrasco, que defendeu o Santa na década de 70, vindo da Ferroviária/SP. Em 81, o também ex-tricolor Carlos Alberto Barbosa sofreu um infarto fulminante e faleceu defendendo as cores rubro-negras numa partida contra o XV de Jaú pelo Campeonato Brasileiro. Já em 94, o time campeão do Sport contava com Zinho, ponta-direita, e Marcelo Rocha.
A história de ex-tricolores na Ilha não guarda apenas boas lembranças. Em 1986, o Sport contratou o sergipano Henágio, ídolo do Santa Cruz, e montou um forte time para conquistar o título, mas acabou perdendo a taça para o Santa.
No ano seguinte, uma decepção ainda maior com o um ex-tricolor, o zagueiro Heraldo. Na decisão, ele marcou, de cabeça, um gol contra. O empate por 1×1 deu o bicampeonato ao Santa Cruz, que só precisava do empate. Aquele gol também encerrou a carreira de Emerson Leão. O goleiro pendurou as chuteiras e ficou apenas como técnico, já que vinha exercendo as duas funções após a demissão do treinador gaúcho Ernesto Guedes.
Outros ex-ídolos tricolores que vestiram a camisa rubro-negra, mas não chegaram a se destacar foram o goleiro Birigüi, o zagueiro Lula, o ponta Rinaldo, o atacante Joãozinho Potiguar e o ponta-de-lança Baiano. Por isso mesmo, tiveram breves passagens. Já o meia Ataíde, campeão estadual pelo Santa, em 86/87/90, foi titular no Sport de 1991 a 1993. O último tricolor a passar pela Ilha do Retiro foi o lateral Adriano, com atuações decepcionantes no Estadual/2004.
Veja mais notícias do Sport, acompanhe a classificação além da história e títulos do Sport Club do Recife.