No futebol atual, a técnica ainda não é um detalhe, mas a força na marcação, o preparo físico e a múltipla função em campo, a cada dia, tornam-se essenciais em qualquer atleta. O meia Leozinho, aspirante a craque da Ilha do Retiro, sentiu na pele a ausência dessas características no seu futebol. Apesar do estilo refinado, faltava-lhe o ‘carrinho’, a virilidade, a cara feia nos momentos certos. Pois foi justamente esses requisitos que se pôde observar no garoto, de 18 anos, nos últimos treinos.
Coincidência? Não. Há duas semanas, um fato ocorrido num treino coletivo iria levá-lo à reflexão que pode dar uma guinada na sua ainda curta carreira. Em um lance fortuito, o volante Cleisson entrou mais duro no garoto, que acusou o golpe. Ao sair de campo, reclamou aos quatro ventos o jogo mais ríspido do companheiro.
“Logo depois, soube que fiquei com fama de mole. Claro que só aos poucos vou melhorar na marcação, mas, se tiver de entrar mais duro, entro. Se tiver de levar porrada, levo”, afirmou Leozinho.
O desentendimento com Cleisson foi apenas o último ‘aviso’ de que algo estava errado. Em casa, num dia de reflexão, resolveu assistir aos videoteipes de jogos do Sport no Campeonatos Pernambucano e Brasileiro da Série B. Constatou que a sua falta de combatividade era uma inimiga mortal.
“Tenho consciência de que só dando um pouco mais de mim é que vou conquistar novamente a confiança do treinador (Luís Carlos Ferreira)”, afirma.
Claro que, jogador técnico que é, não esquece da qualidade que tem quando é necessário sair para o jogo. Mas reconhece que precisa suar mais a camisa. “Isso é um defeito de jogador que atua mais no meio-de-campo. Com o tempo, vou consertá-lo. Conheço a filosofia do treinador e sei que, somente assim, vou voltar à equipe”, diz. E nos últimos dois dias, ele tem sido um dos destaques dos coletivos, tanto dando passes perfeitos e fazendo gols, como também marcando forte.
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