Mais que um simples time de futebol

Por Adelmar Bittencourt*

Da antepenúltima posição à briga pela vaga na fase final. Sim, aqui estamos nós, mais vivos do que nunca. E por que? Simples. Não se trata do Votuporanguense, XV de Manaíra ou Sapucaia Futebol Clube. É o SPORT CLUB DO RECIFE, caros amigos, e ele é muito mais do que um simples time de futebol.

Trata-se de um sacerdócio, exercido com fervor por milhares de abnegados. Doentes que se acotovelam na arquibancada, numa noite chuvosa, para ver o time brigar contra o rebaixamento, e que, por isso, pagam por um ingresso absurdamente caro.

Não, o time não vem jogando um futebol de encher os olhos, e todos nós sabemos disso. Mas nada mais Sport do que sair, aos trancos e barrancos, de dividida em dividida, de sufoco em sufoco, somando pontinhos preciosos e ganhando fôlego.

Já vi equipes absolutamente brilhantes do Sport dar verdadeiros bailes nos adversários – os times de 87/88, 94, 98 e 2000 são exemplos -, mas o que sempre nos notabilizou foi a raça, aquele sangue quente correndo pelo sistema circulatório, e que tanto assusta nossos adversários.

É disso que precisamos nesta reta final. Não vai haver baile nem chocolate – todas as vitórias do Sport, exceto aquela sobre o Caxias, foram suadíssimas -; então é mostrar os dentes e lutar pelos três pontos como se luta pela própria vida.

Estamos ali no meio, e não há absolutamente nada definido. Duas vitórias nos deixam confortáveis no G-8, mas dois tropeços nos levam de volta à agonia da parte de baixo da tabela. Pois é, mas eu já avisei, e faço questão de reiterar: para quem ainda não se tocou, trata-se do Sport Club do Recife e, enquanto tiver bola rolando, vai ter rubro-negro brigando. No melhor e mais bonito sentido da palavra.