O ‘garimpeiro de craques’ e coordenador das categorias de base do Sport, Nereu Pinheiro, garante: brevemente, o Rubro-Negro voltará a ser o descobridor de talentos de tempos passados, época em que foram ‘incubados’, na Ilha do Retiro, jogadores como o meia da seleção brasileira, Juninho Pernambucano (Lyon), entre outros atletas renomados do futebol nacional, como o atacante Leonardo (Paysandu) e o zagueiro Sandro (Belenenses).
Para se ter a idéia da escassez de novos talentos, depois dessa leva da década de 90, que rendeu um bom dinheiro ao clube, o único jogador que o Sport conseguiu negociar foi o meia Cléber, no início do ano, para o Vitória, por R$ 1 milhão.
Nereu dá até prazo. No máximo em um ano, o clube voltará a ser um celeiro de craques. Neste primeiro momento, apenas Diego e Leozinho, ambos meias, canhotos e com 18 anos, estão nos holofotes, ganharam a simpatia do torcedor e podem figurar no time titular no próximo ano.
Os novos diamantes, ainda em estado bruto, estão no time juvenil, que disputa o Campeonato Pernambucano aberto da categoria. Apesar de o Sport ter uma equipe júnior montada, que disputou o Campeonato do Nordeste da categoria, realizado no fim de agosto, em Maceió, Nereu tem priorizado o trabalho em garotos entre 15 e 17 anos.
Uma das peneiras onde Nereu tem esperança de garimpar craques é a realizada em São Luís, no Maranhão. Segundo ele, são 30 garotos, todos bons de bola, que podem aportar na Ilha. “Isso é o mais importante. São todos meninos que sabem jogar. Vamos trabalhá-los”, diz.
Ele cita alguns dos pupilos que, prevê, vão dar o que falar em pouco tempo. Entre eles, até pelo que demonstrou em alguns coletivos realizados contra o time titular do Sport, este ano, o destaque maior fica com o atacante Zé Paulo. Mas ainda são muitos dignos de registro, como o lateral Fernando, o ponta-de-lança Paulinho, 16 anos – campeão da 2ª divisão do Campeonato Pernambucano, este ano, pelo Ypiranga –, e o meia Heider.
Quando se trata de trabalho de base, Nereu se preocupa apenas com o assédio dos outros clubes pelos jogadores leoninos. Estas agremiações, segundo ele, fazem de tudo para tirar os garotos por meios ilícitos. Um exemplo é o do meia Tiago Albuquerque, que apareceu como craque, entrou na Justiça do Trabalho e conseguiu o liberatório para trocar de clube. Foi para o Vitória, da Bahia. “Não levo atleta de ninguém. Saí do Santa Cruz e deixei um time montado. Só os colocados para fora que vi que tinha qualidade, trouxe.”
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