Os ventos mudaram? Sport tem a folha salarial mais cara entre os times do Pernambucano de 2021

Foto: Anderson Stevens/Sport Club do Recife
O Campeonato Pernambucano de 2021 terá o maior investimento em relação às folhas do futebol dos últimos anos. Numa comparação com a edição passada, a soma dos salários dos dez clubes participantes, com jogadores e comissão técnica, saltou de R$ 3,08 milhões para R$ 4,27 milhões, num crescimento de 38,2%. Porém, há uma explicação direta: a permanência do Sport na Série A.
A permanência era algo importante para a receita do clube, com a receita de TV oscilando entre R$ 6 milhões, na B, e R$ 45 milhões, na A. Em tese já deveria ter sido assim em 2020, pois o leão já estava na 1ª divisão, mas o excesso de dívidas a curto prazo e a cota reduzida, pois devia R$ 16,5 milhões à Globo, por conta de adiantamentos feitos pela antiga gestão, inviabilizaram o aumento.
O rubro-negro começou 2020 com uma folha de R$ 1,2 mi, no estadual, a folha chegou a cerca de R$ 1,5 mi no Brasileirão de 2020, sendo a menor entre os vinte times. Agora, com a cota cheia, pode engordar a folha do futebol profissional, com R$ 1 milhão a mais em relação à reta final do BR. Portanto, com R$ 2,5 milhões na reformulação, o Sport fica responsável por 58% dos salários no Estadual de 2021, cuja menor folha é de R$ 60 mil.
Dados do blog de Cássio Zirpoli:
Sport (R$ 2,5 milhões) – Com a permanência, o Sport voltou ao patamar salarial de 2018, ano em que faturou mais de R$ 100 milhões. No Estadual, a representatividade da folha diminuiu de 68% para 58%, ainda assim elevadíssima – e há tendência de aumento no Brasileiro. Eis a evolução da folha inicial do leão: 2,5 milhões (2018), 800 mil (2019), 1,2 milhão (2020) e 2,5 milhões (2021).
Náutico (R$ 700 mil) – O valor informado significa a maior folha do clube alvirrubro nos últimos anos, sendo 3,5 vezes maior que os vencimentos em 2018, quando foi campeão pernambucano pela última vez – ali, no entanto, o time estava na Série C, nos iniciando a sua reconstrução. A evolução da folha inicial do timbu: 200 mil (2018), 290 mil (2019), 500 mil (2020) e 700 mil (2021).
Santa Cruz (R$ 400 mil) – Iniciando o seu triênio como presidente executivo, Joaquim Bezerra estipulou uma folha semelhante ao do último ano com Constantino Júnior à frente, cujo calendário foi idêntico. Há uma tendência de incremento na Série C, a principal meta do clube. A evolução da folha inicial da cobra coral: 250 mil (2018), 330 mil (2019), 450 mil (2020) e 400 mil (2021).
Retrô (R$ 200 mil) – Disputando o Estadual pela segunda vez, a fênix também lidera pela segunda vez entre os intermediários. Contudo, a folha inicial caiu pela metade. Segundo a direção, para retomar o valor do ano de estreia, de R$ 400 mil, é preciso atingir gatilhos, incluindo o título.
Salgueiro (R$ 100 mil) – Em crise financeira, o atual campeão pernambucano manteve o valor do ano passado, quando já teve uma folha bem abaixo do seu histórico. A perda do patrocínio da prefeitura chegou a fazer o clube desistir do Nordestão e da Copa do Brasil, mas voltou atrás.
Afogados (R$ 90 mil) – Em 2020 a coruja teve Copa do Brasil e Série D no calendário, em duas participações nacionais inéditas. Desta vez, entretanto, só terá o Estadual, com agenda mínima – talvez até 9 jogos. Ainda assim, a direção conseguiu segurar a folha, cuja redução foi de apenas 8%.
Vitória (R$ 90 mil) – O tricolor das tabocas é o único time desta edição a repetir o valor investido na temporada passada – quando escapou no último jogo. Em 2021, porém, essa folha deixou a Acadêmica Vitória numa posição financeira melhor, subindo do 7º para o 6º lugar entre os dez.
Vera Cruz (R$ 70 mil) – Na A2, o time de Vitória fez uma parceria com o Retrô, com empréstimos de jogadores. Ainda assim, gastou R$ 200 mil em toda a competição. Agora, totalmente independente, o campeão da segundona aumentou a folha mensal, que já larga à frente de dois concorrentes.
Central (R$ 60 mil) – Pela primeira vez a patativa começa o campeonato com a menor folha, num reflexo da crise financeira dos caruaruenses. O valor caiu pela metade em relação ao último ano. E poderia ter sido pior, pois a direção alvinegra cogitou um gasto mensal de apenas R$ 35 mil.
Sete de Setembro (R$ 60 mil) – De volta à 1ª divisão estadual após onze temporadas, o time de Garanhuns aumentou bastante a folha do futebol em relação à Série A2, quando subiu aos 46 minutos do 2º tempo. O salto de 140% é, proporcionalmente, o maior entre os dez times.