Pelo menos show de democracia a gente vai poder ver

Por Adelmar Bittencourt(*)

Essa maluquice que virou o processo eleitoral do Sport tem um lado bastante saudável. É bom ver que existem, até agora, 12 pessoas interessadas em postular ao cargo. Nem a primeira eleição direta para presidente da República após a ditadura tinha tanta gente. Sinal de que os rubro-negros estão mordidos atrás do tempo perdido nos últimos anos de Segundona.

No entanto as figuras a disputar o cargo são as mais diversas, o que anda gerando comentários nos torcedores mais céticos. Muitos não engolem as candidaturas de políticos como o vereador João Arraes (PSB) e o deputado federal Pedro Corrêa Neto (PP), e isso por um motivo óbvio: ambos têm pouca visibilidade como participantes da vida política do clube e até mesmo como torcedores. Ouvi recentemente, no programa de Adherval Barros, um ouvinte questionar se eles sabiam onde a Ilha do Retiro ficava. Claro que sabem, mas a história é outra. Num período tão importante como o centenário do clube esse tipo de candidatura soa forçada. Nada contra as pessoas dos dois políticos. Eu, Adelmar Bittencourt, deixo claro que, se eles quiserem vir e somar, que venham. Mas é bom eles saberem que a torcida está de olho aberto a possíveis aventuras.

Os demais candidatos também têm origens e colorações políticas díspares. Alfredo Bertini defende a modernidade e o desprendimento da velha e viciada estrutura do futebol. Marcílio Ferreira também aposta na experiência gerencial de quem vive na iniciativa privada. Sem contar os velhos conhecidos – e maiores favoritos – como Wanderson Lacerda e Luciano Bivar, ambos comandando os maiores grupos dentro do clube. Correndo por fora, José Joaquim, José Antônio Alves de Melo e tantos outros. A lista cresce a cada dia.

É preciso deixar claro que a renovação é, sim, extremamente necessária para tirar o Sport do marasmo político-administrativo. Também vale lembrar que um bate-chapa é a coisa mais natural do mundo, ao contrário do que pregam os puristas da “união”, que entendem tanto de democracia quanto os generais que “governaram” o Brasil por nefastos 21 anos.

A questão é outra. Um candidato vai vencer, e os outros devem aceitar a derrota, como mandam os princípios democráticos. Se quiserem, serão bem-vindos para ajudar. Mas, se não pretendem se bicar com os adversários, que pelo menos não atrapalhem. Sendo assim, que a eleição rubro-negra seja transparente e madura, com dois, seis, doze e até mesmo 50 postulantes. E que escolhamos o melhor para o nosso querido clube.