Rubro-negros temem “reprise”

Para alguns rubro-negros, 2001 faz parte de um passado a ser esquecido. No entanto, o atual momento do Sport trouxe de volta à memória do torcedor a pífia campanha daquele ano. E eles realmente têm razão. O medo deste filme de terror ser reprisado assusta qualquer leonino. São várias as semelhanças que servem de comparação daquela ocasião com 2004. Em ambos os casos, a diretoria da equipe da Praça da Bandeira desmontou o time para a temporada. As coincidências prosseguem com as idas e vindas de jogadores e técnicos. Ainda vale ressaltar que os fatos acontecem em datas cruciais para o clube. Em 2001, estava em jogo o tão sonhado hexacampeonato estadual. Atualmente, o maior desejo dos rubro-negros é ascender à Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro para disputá-la no ano do centenário.

Como em 2001, quando o time vinha de uma excelente campanha no Brasileiro anterior, o Sport teve uma boa participação na Segundona. Esperava-se que a equipe fosse mantida para a temporada seguinte. Mas o que se viu foi uma debandada de jogadores. Há três anos, não ficou um para contar história. Em 2004, Maizena, Silvio Criciúma e Nildo foram os únicos remanescentes do time titular na Série B.

Os péssimos resultados no Pernambucano deste ano fizeram a diretoria recorrer a um hábito antigo. Com um elenco fraco, a solução encontrada foi abrir o cofre. Inúmeros jogadores chegaram à Ilha do Retiro, 46 em 2001, e 31, até o momento, em 2004, e outros tantos foram dispensados. Como naquela fatídica temporada, quando o Sport investiu em estrelas como Zetti e Valdo, este ano o clube trouxe o artilheiro Robgol a peso de ouro.

Rotatividade também foi a tônica no cargo de treinador. Vários passaram pela Ilha em ambas ocasiões. Em 2001, Jair Pereira e Levi Culpi caíram ainda no Estadual. Hugo Benjamim foi demitido inexplicavelmente após o time golear o Central por 7×1. Júlio Espinosa e Mauro Fernandes comandaram os rubro-negros na campanha vexatória do Brasileiro. Este ano, a conta já vai em quatro: Hélio dos Anjos, Nereu Pinheiro, Luiz Carlos Ferreira e Heriberto da Cunha.

Diante de tantos atropelos o resultado não poderia ser outro. Em 2001, o Sport amargou uma temporada sem títulos. As decepções começaram com o sonho do hexa indo por água abaixo. O time também naufragou na Copa do Nordeste e Copa dos Campeões. Para fechar o ano, o torcedor rubro-negro viu a equipe segurar a lanterna durante praticamente todo o Campeonato Brasileiro e, consequentemente, caiu para a Segundona. Este ano, a equipe foi mal no Estadual, terminou eliminada da Copa do Brasil pelo inexpressivo Americano e o fantasma da Terceira Divisão já está no seu encalço.