É melancólica, quase constrangedora, a reta final de Brasileirão do Sport. Com oito rodadas para encerrar a competição, o clube soma 17 pontos e apenas duas vitórias em 30 jogos. Nem o mais pessimista dos rubro-negros imaginava tamanha mediocridade.
A tragédia esportiva já não se mede apenas pela pontuação, mas pela incapacidade de reação. O Sport virou um time desbotado, sem pulso e sem horizonte. O discurso oficial continua fora da realidade.

Contra o Flamengo, no Maracanã, o interino César Lucena errou na escalação, demorou nas mudanças e assistiu, inerte, à falta de intensidade e de qualquer traço competitivo do Leão. Na coletiva, repetiu o coro diretivo: “ainda temos um fio de esperança”. É o tipo de frase que beira o deboche diante da apatia em campo. A torcida sabe que esperança não nasce de discursos: nasce de atitude.
Quando César fala em “honra e dignidade”, seria mais honesto lembrar que essas virtudes exigem entrega, planejamento e comando, três elementos que o Sport perdeu ao longo da temporada. Restam oito jogos, cinco deles contra adversários diretos (Juventude, Atlético/MG e Vitória na Ilha, Santos e Bahia fora).
É hora de encarar esse fim de campeonato como início de reconstrução, testando jogadores, repensando o elenco e expondo as falhas de um departamento de futebol que se mostrou incapaz de gerir um time de Série A. A reformulação não pode esperar dezembro. O Sport precisa, urgentemente, se olhar no espelho e entender que dignidade também é saber reconhecer os próprios erros.

Opinião publicada no DP.
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