A noite desta terça promete ser mais uma daquelas em que a Ilha do Retiro respira tensão e desconfiança. O Conselho Deliberativo do Sport se reúne, e a expectativa é de casa cheia, não apenas no auditório, mas na sede e até na rua em frente ao clube, com o torcedor atento a cada movimento nos bastidores.
Enquanto isso, os “cardeais” do clube articulam discretamente uma solução. Uns defendem o afastamento de Yuri Romão da presidência. Outros tentam pregar a unidade, mesmo que artificial, para evitar um colapso institucional.

O Leão vive um momento de efervescência política poucas vezes visto na sua história recente. E qualquer faísca pode virar incêndio. Quando eleita, a chapa Yuri Romão–Raphael Campos dominava o Conselho, com ampla maioria e apoio considerável. Hoje, esse cenário parece ruir.
As fissuras internas são claras, e antigos aliados começam a se afastar, cansados de erros repetidos, discursos vazios e decisões mal explicadas. Evidente que os equívocos no futebol são vários – estruturais, administrativos, estratégicos. Porém, a crise é institucional.

E é preciso agir com cautela e responsabilidade neste momento. Ainda mais que o sangue está quente para todos os lados. No Sport, bombeiros tentam evitar que as chamas da vaidade destruam a entidade. O Conselho precisa agir com credibilidade, ainda mais por ser o guardião do clube.
Que as caixas pretas sejam abertas. O torcedor, o sócio, toda uma nação merece a verdade. Porque o que está em jogo não é uma temporada perdida. É a identidade de um clube centenário que, aos poucos, se acostumou ao fracasso nos gramados.
Coluna publicada no DP
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