Manuella Lapa
O Sport mantém silêncio e ainda não se pronuncia sobre o assunto, mas Mariano Soso, técnico com passagens por Defensa y Justicia e Emelec, é cotado para dirigir o clube em 2024. Dito isso, Leo Lepri, apresentador do esporte no Jornal da Globo e mentor do Podcast La Pelota e da página Puntero Izquierdo, falou sobre o novo treinador Rubro-negro.
“Profundo admirador do Loco (Bielsa)”.
Assim, Leo descreve uma das principais características do argentino de 42 anos, treinador relevante na “cena underground” do futebol sudaca.
“O Soso começou como assistente do Claudio Vivas, que historicamente foi, talvez, o maior dos auxiliares do Loco Bielsa. E foi por conta do Vivas que ele chegou ao Peru e teve sua primeira chance como treinador, em 2015. Aliás, uma característica fundamental de Soso é a formação e oportunidade dos jogadores de base (algo que é comum ao próprio Bielsa)”.
“Essa comparação com o Loco é algo que desperta certa timidez, porque ele sempre diz que não está à altura do trabalho do Loco (o que é verdade). Como curiosidades, no seu perfil no Twitter ele já chegou até a citar Paulo Freire (justamente por esse corte educador e formador que tem) e é maradoniano de lei como todo leproso (torcedor do Newell’s Old Boys)”
Mariano Soso deu os primeiros passos na base do Newell’s Old Boys, mas fez grande parte da incipiente carreira no futebol no Peru, onde se identificou com o Sporting Cristal (lá, em 54 partidas, venceu 23 e se sagrou campeão da Liga Peruana, até então único título do currículo). Inclusive, antes mesmo de ter seu nome ligado ao Sport, Soso recebeu sondagens para assumir o Alianza Lima, também chegando a ser indicado por Sampaoli, para assumir a Universidad de Chile.
Mas, a despeito da forte ligação com o futebol peruano, foi na Argentina, seu país natal, onde o técnico recebeu a maior das oportunidades, destaca Leo Lepri. Que também traz detalhes sobre o estilo de jogo do possível contratado do Leão: um apreciador nato do futebol vertical, pra cima.
— Ele teve o San Lorenzo como maior clube que dirigiu, mas não dá pra desconsiderar que foi parte do projeto do Defensa y Justicia – e digo projeto porque o DyJ é um clube que busca sempre treinadores com perfil de jogo protagonista, de posse de bola, pressão pós-perda e verticalidade. Bola sempre no chão, usou muito o 4-3-3 e o 3-4-1-2. Apesar de não ter ido bem no Halcón, nesse ponto, é claro, e voltando ao fato de ser cria do Newell’s, está o fato de ser mais um treinador de corte “bielsista” (profundo admirador do Loco) —, conta.
Mariano Soso teve os últimos trabalhos no O’Higgins chileno, mas não foi bem (em 34 partidas, venceu doze) e, depois, voltou à cena peruana ao assumir o Melgar, onde conseguiu vaga na pré-Libertadores e terminou o ano com o vice-campeonato da liga, perdido por um ponto para o campeão Universitario.
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