Há algo de cruel em torcer para o Sport nos últimos tempos. Não é apenas a frustração com resultados ruins ou com atuações que deixam a desejar. É a sensação constante de que o apoio da torcida não encontra nenhuma resposta dentro de campo nem, muito menos, fora dele.

O Sport decepciona, e decepciona de forma repetida. Os jogos recentes são uma prova disso: vantagens desperdiçadas, pontos entregues no apagar das luzes, atuações que alternam lampejos de esperança e quedas vertiginosas.
O roteiro é sempre o mesmo, e a paciência do torcedor, por mais apaixonado que seja, tem limite. Mas não é só dentro das quatro linhas que mora o problema. A gestão do clube tem parcela enorme de responsabilidade nesse cenário.
Montagem de elenco desequilibrada, contratações questionáveis, demora para corrigir erros evidentes e, principalmente, a falta de um planejamento sólido fazem com que o Sport siga tropeçando no mesmo buraco temporada após temporada.

O torcedor se sente traído. Ele olha para a arquibancada e vê milhares ao seu lado, comprometidos, fiéis, pagando ingresso, comprando camisa, carregando o clube nas costas. Em troca, recebe um time incapaz de sustentar resultados e uma direção que parece mais preocupada em justificar derrotas do que em construir vitórias.
O Sport não pode se sustentar apenas na paixão do seu povo. Futebol precisa de gestão séria, de planejamento, de visão. Enquanto a entrega dentro e fora de campo não for proporcional ao esforço que o torcedor faz para manter acesa a chama rubro-negra, o cansaço só vai aumentar. E isso, a longo prazo, é ainda mais perigoso do que perder pontos no fim do jogo: é perder a confiança de quem sempre esteve lá.
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