Sport segue com a maior folha salarial de Pernambuco, mas precisará fazer ajustes

Desfalques no Sport
Desfalques no Sport

O ano de 2022 será novamente de retomada para o Sport, com a tentativa de voltar à elite do futebol brasileiro após o sexto rebaixamento de sua história, empatado no topo dessa lista inglória com o América-MG, Vitória, Coritiba e Goiás.

Entretanto, o ano seguinte à queda sempre é muito desafiador porque o orçamento é pressionado pela queda gigante em receitas como direitos televisivos – o que faz a maioria dos clubes grandes brasileiros conseguir entrar em campo – sendo que ainda há contratos com jogadores que pesam na folha salarial.

Os investimentos no futebol, dentro da normalidade, deverão refletir no campo e até nos sites de apostas, onde times com elencos mais encorpados deverão ser destaque. Leia este artigo em Apostagolos como apostar nos times pernambucanos na temporada.

Em levantamento do jornalista Cassio Zirpoli, o Sport mais uma vez encabeça a lista de valores de folha salarial entre os times que disputam o campeonato pernambucano. Para ser mais exato, 55% dos gastos com folhas de todo o campeonato são do rubro-negro, com 2 milhões de reais mensais.

A diferença para o resto dos times é gritante, até para o Náutico, que também disputará a série B e gasta 720 mil reais por mês.

Pressão e favoritismo

Com tamanha diferença é normal esperar que o Sport seja favorito do campeonato pernambucano, mesmo com o fim de temporada melancólico em 2021 e com uma derrota para o Timbu doída em 2021.

No ano passado a diferença já era grande, por isso perder uma final para o Náutico depois de 52 anos com certeza ficou na cabeça do torcedor. Para este ano a conquista do estadual é a possibilidade de tirar esse gosto amargo da boca e começar uma trajetória que tem como grande objetivo a volta para a Série A do Brasileirão.

Falando dos outros rivais, o Santa Cruz terá uma folha quase 10 vezes menor, já que disputará apenas a Série D do Brasileirão nesta temporada. Retrô, Salgueiro, Afogados e Íbis ficam entre os 250 mil e os 60 mil reais de folha, um abismo para o Sport.

Reformulação completa

A situação do Leão em 2021 foi muito complicada. Seguidas diretorias não cuidaram dos cofres do clube e apenas em julho de 2021 o time teve uma eleição e uma diretoria ativa que teve lidar, logo de cara, com um prejuízo de 1,5 milhão mensal. A equalização já começou, mas a queda representa uma enorme perda financeira nos direitos televisivos.

O desafio para 2022 é montar um time bom para subir de divisão, mas barato para não fazer a bola de neve das dívidas crescer. Obviamente esse objetivo não é fácil.

O comandante neste começo será Gustavo Florentín. O paraguaio está sofrendo neste começo de campeonato pernambucano e o time já foi vaiado após mais um empate, dessa vez contra o Afogados. O técnico foi expulso por ter jogado uma bola no jogador rival.

O treinador teve sua presença colocada em dúvida após o fim da temporada passada, que foi atribulada em todos os sentidos possíveis. Mas decidiu ficar, algo que foi comemorado pela torcida. Entretanto mais um começo de temporada ruim e a falta de resultados e empolgação na torcida pode ser suficiente para uma troca, o que não é nada positivo para o clube e o elenco.

Florentin já reclamou de um problema conhecido do futebol brasileiro: seu calendário maluco. A evolução de qualquer equipe com estadual e Copa do Nordeste, além das fases iniciais da Copa do Brasil, tudo espremido no primeiro semestre, é quase impossível. O entrosamento, variações táticas e química entre os jogadores terá que vir nos campos. E torcendo para as lesões não se empilharem.

O cenário não é fácil. Mas com um elenco mais forte e muito mais caro do que os rivais, a pressão está com o Sport.