No futebol, poucas posições carregam tanto peso quanto a de centroavante. É ele quem transforma esforço em gol, sofrimento em alívio e, muitas vezes, crises em esperança. No Sport, essa função virou uma espécie de laboratório nesta temporada.
Cinco nomes disputam o posto de dono da camisa 9: Gonçalo Paciência, Pablo, Colo Ramírez, Derik Lacerda e, agora, o retorno de Zé Roberto. Cada um com suas características, virtudes e limitações, todos à espera de uma sequência que, até agora, ninguém conseguiu consolidar.

Gonçalo Paciência chegou com status de contratação de impacto. Experiência internacional, físico privilegiado e bom jogo aéreo. Mas, na prática, ainda não justificou o peso da expectativa. Falta mobilidade, falta encaixe no sistema ofensivo do Sport.
Pablo, por outro lado, é o atacante mais versátil do elenco. Tem capacidade de sair da área, se associar com os meias e abrir espaços, mas historicamente não é o matador que o torcedor sonha. É o típico jogador que contribui para o time, mas raramente será o artilheiro da competição.
Colo Ramírez é o famoso “9 raiz” uruguaio: brigador, intenso e bom finalizador de primeira. Sua entrega é inquestionável, mas a irregularidade pesa. Derik Lacerda, por sua vez, corre por fora na disputa. Tem força física e alguma mobilidade, mas ainda parece distante de convencer que pode ser titular de uma equipe.

E aí aparece Zé Roberto. Recuperado de lesão, ele talvez não seja o mais badalado, mas carrega consigo um ponto a favor: já conhece o clube, o ambiente e o peso da camisa. Dependendo de como voltar, pode surpreender e até “roubar” uma vaga que parecia distante no início do ano.
A grande questão é que, enquanto nenhum centroavante assume de vez o protagonismo, o Sport segue carente de gols. E no futebol, essa é a moeda que compra tranquilidade e pontos na tabela.
A disputa pela camisa 9 não é apenas uma curiosidade do elenco: é uma corrida contra o tempo para definir quem será capaz de transformar chances em vitórias antes que a pressão se torne insuportável.
No fim das contas, o Sport tem variedade, mas ainda não tem resposta. E até que alguém se imponha, a briga pela posição de centroavante seguirá sendo um dos capítulos mais decisivos da temporada.
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