Opinião: Yuri Romão, o bom gestor que coleciona fracassos no Sport

Por mais paradoxal que pareça, a gestão de Yuri Romão no Sport se tornou um exemplo claro de como organização fora das quatro linhas não garante sucesso dentro delas. Desde que assumiu o comando do clube, Romão promoveu avanços administrativos importantes.

Salários em dia, modernização de estruturas, renegociação de dívidas e uma relação mais transparente com o torcedor. No entanto, os resultados esportivos em 2025 são, até aqui, desastrosos. O clube rubro-negro já soma 14 partidas sem vencer na temporada, um dado alarmante para qualquer equipe de elite.

Foi eliminado precocemente da Copa do Brasil, caiu nas quartas de final da Copa do Nordeste e amarga a última colocação na Série A do Campeonato Brasileiro. Um roteiro de fracassos que mancha qualquer planejamento, por mais bem-intencionado que seja.

É inegável que Yuri Romão entregou um Sport mais saudável financeiramente e com melhor infraestrutura do que encontrou. Mas o futebol é um esporte que cobra resultados. O torcedor pode até aplaudir o equilíbrio das contas, mas quer ver seu time competir de verdade.

E isso, sob sua presidência, não tem acontecido com frequência. Pelo contrário. Há quem diga que o problema não é o presidente, e sim as escolhas técnicas — e há verdade nisso. O vai-e-vem de treinadores, os reforços duvidosos, a insistência em projetos que não vingam.

A direção contratou e demitiu nomes sem conseguir montar um elenco competitivo à altura dos desafios da temporada. Isso, sim, é de responsabilidade direta da gestão. O Sport precisa reencontrar sua identidade em campo, e isso passa por decisões mais assertivas e menos reativas.

Yuri Romão precisa entender que boa gestão não é só pagar salário em dia — é também criar condições reais para que o time entregue performance. Porque, no fim, é o placar que conta. Se quiser ser lembrado como o presidente que recolocou o Sport nos trilhos, terá que fazer mais do que equilibrar planilhas.

Terá que mostrar que também entende de futebol. Porque por enquanto, sua gestão é marcada por estabilidade fora de campo — e por vexame atrás de vexame dentro dele. Lembrando que além disso tudo, o mandatário demorou três temporadas na Série B para conseguir retornar à elite.