Superação é a palavra de ordem

No Sport, a hora é de juntar os cacos e tentar o que para muitos torcedores é impossível: vencer três dos quatro jogos que restam na primeira fase da Série B do Campeonato Brasileiro para passar às semifinais. O primeiro deles é uma pedreira. O Leão terá pela frente o Marília, no dia 20, em São Paulo. O MAC, como é conhecido na cidade de Marília, é o vice-líder da competição, o que torna, teoricamente, o embate mais difícil, não bastasse o fato de os paulistas jogarem em casa, com o apoio de sua torcida

O discurso é otimista, apesar de o elenco reconhecer as dificuldades, menos de 24 horas depois de ter perdido para o Criciúma-SC (1×0), virtual rebaixado à Série C do próximo ano – os catarinenses só se salvam da degola se vencerem os quatro jogos restantes. É válido ressaltar, porém, que em nenhum momento da Série B o Sport conseguiu vencer três em quatro encontros.

Dois dos jogos dos rubro-negros serão na Ilha do Retiro, o primeiro contra o Bahia, uma semana depois da partida contra o Marília, e o outro, ao fim da fase, contra o Gama. Mas, a julgar pelo resultado de terça-feira, existe um clima de desconfiança no ar.

A torcida, que tem comparecido em massa às partidas em casa, teme não ser suficientemente forte para embalar os atletas, como ficou nítido terça-feira. Torcedores reclamam de frieza e dispersão da equipe.

Perguntado se é melhor jogar em casa ou longe dos seus domínios, o zagueiro Baggio fica com a primeira opção, principalmente quando a arquibancada está lotada. Por outro lado, acha que os simpatizantes do clube andam sem paciência. “Antes de terminar o primeiro tempo, já estavam vaiando. Um atleta não pode errar um passe e recebe uma vaia”, lamenta. Baggio diz que o torcedor tem o direito de vaiar, mas não esconde que o protesto atrapalha um pouco os atletas.

Para o meia Cleiton Xavier, a torcida fez o seu papel e a equipe também. “Só que não soubemos aproveitar as chances. Depois, demos o espaço para eles fazerem o gol”, reconheceu.

Alheio a toda a discussão está o atacante Bibi. Mais uma vez, a torcida pediu que o atleta fosse escalado pelo técnico Edinho Nazareth, que não atendeu o apelo vindo da arquibancada. Segundo o treinador, a partida pedia um centroavante de área, então ele acionou Marco Antônio.

Bibi segue tranqüilo. Até porque, o fato de ser constantemente ovacionado pela torcida e deixar de entrar em alguns jogos, ele conhece bem, já que passou pela mesma situação com o técnico Zé Teodoro. “Não existe raiva. Estou fazendo o meu trabalho e é muito gostoso sentir esse carinho da torcida. Um dia minha hora chega e eu vou estar preparado”, encerra.